Folha de S. Paulo


A cinco dias do fim do prazo, 29 clubes de futebol já aderiram ao Profut

A cinco dias do fim do prazo para adesão ao Profut, a lei de responsabilidade fiscal do futebol, 36 entidades –entre eles, 29 clubes de futebol– desportivas concluíram sua inscrição ao programa.

Para que haja o refinanciamento, a lei determina, além da entrega de vasta documentação, o pagamento da primeira parcela do financiamento da dívida tributária.

Dos 12 maiores clubes de futebol do país, sete já tiveram sua participação confirmada pelo governo federal: Atlético-MG, Cruzeiro, Corinthians, Flamengo, Fluminense, Grêmio e Botafogo.

Representantes de São Paulo, Santos, Inter e Vasco disseram à Folha que já enviaram documentação para adesão e devem se inscrever até segunda (30). O Palmeiras ainda avalia as condições.

Segundo dados do Ministério do Esporte, as 36 entidades que já aderiram são divididas em quatro grupos: clubes das Séries A, B, C e D do Brasileiro (20), clubes menores que não disputam o Nacional (9), federações estaduais (uma das 27, a gaúcha) e clubes sociais (seis).

Divulgação/Flickr/clubeatleticomineiro
Torcida do Atlético-MG durante jogo contra o Joinville
Torcida do Atlético-MG, um dos primeiros clubes a aderir ao programa de refinanciamento

Secretário nacional do Futebol, Rogério Haman prevê que, até o prazo final (segunda, 30), cerca de 30 dos 40 clubes das Séries A e B terão concluído a adesão. Até agora 14 clubes das duas primeiras divisões se inscreveram.

Sancionada pela presidente Dilma Rousseff no dia 5 de agosto, a lei tem como principal objetivo fazer com que essas entidades desportivas paguem suas dívidas tributárias. Estima-se que os 12 maiores clubes de futebol devam R$ 1,59 bilhão à União. Para isso, eles terão prazo de até 240 meses para o financiamento, além de descontos em parcelas e juros.

Embora descontente com alguns pontos da proposta, o Atlético-MG foi um dos primeiros a aderir. "O Profut é uma opção e é a única. Mesmo sendo um parcelamento com enormes deficiências, é o que tem. Mas daqui a pouco teremos novo Profut, os clubes não conseguirão pagar", disse o diretor jurídico do clube, Lásaro Cunha.

Uma das falhas, segundo ele, é que a iniciativa não ameniza a alta carga tributária dos clubes.

Algumas federações estaduais criticaram as exigências para adesão, como certidão negativa de débito, que dificultavam a entrada de clubes menores e criavam um temor de que, se descumprissem as contrapartidas, não participariam de torneios.

"Se não cumprir as contrapartidas, deixa o programa. Disputar ou não os torneios têm relação com os regulamentos dos campeonatos", disse Hamam.

PROFUT

O que é?

- Permite o refinanciamento de dívidas de impostos em 240 meses, com redução de 70% das multas, 40% dos juros e 100% dos encargos.

- Quem aderir também terá desconto de 50% nas 24 primeiras parcelas, 25% da 25ª à 48ª e 10% a 49ª à 60ª

CONTRAPARTIDA DOS CLUBES

- Limitação de mandatos dos dirigentes

- Não atrasar salários

- Gastar no máximo 80% da receita bruta anual do futebol profissional com salários e direitos de imagem

- Investir nas categorias de base e no futebol feminino


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