Há quatro dias, o jogo entre Inglaterra e França era tratado apenas como mais um amistoso entre duas grandes potências do futebol mundial.
Mas os atentados em Paris, que deixaram pelo menos 129 mortos na sexta-feira (13), tornaram a partida desta terça (17), em Wembley, em Londres, um símbolo da união contra o terrorismo.
Na segunda (16), a Federação de Futebol da Inglaterra deu instruções aos torcedores para não se atrasarem para a partida, a participarem do mosaico montado com as cores da bandeira da França e a respeitar um minuto de silêncio e o hino nacional francês.
E os torcedores ingleses levaram as instruções à risca.
Antes do início da partida, o mosaico ficou completo, não se ouvia absolutamente nada durante o um minuto de silêncio e a letra do hino francês ainda foi mostrado nos telões do estádio para os torcedores acompanharem e cantarem.
O La Marseillaise foi tocado depois do hino inglês (God Save the Queen), numa mudança de protocolo.
"Jogar esta partida mostra que os franceses estão demonstrando aos terroristas que eles estão em pé, fortes, contra eles, e nós vamos apoiar isso", disse o atacante inglês Wayne Rooney, do Manchester United e capitão da seleção do seu país.
Ambas as equipes entraram em campo com uma faixa preta no braço.
Os técnicos dos dois times (o francês Didier Deschamps e o inglês Rody Hodgson) e o príncipe William foram até o gramado carregando flores em homenagem às vítimas dos atentados.
Muitos torcedores ingleses se pintaram com as cores da bandeira francesa. Alguns até levaram para o estádio as bandeiras dos dois países.
No fim das contas, a Inglaterra venceu por 2 a 0, com gols de Alli e Rooney. Mas isso ficou em segundo plano.