Folha de S. Paulo


Após escândalo, Rússia quer criar uma nova agência antidoping

Sergei Karpukhin/Reuters
Sede do Comitê Olímpico da Rússia
Sede do Comitê Olímpico da Rússia

A Rússia estaria disposta a criar uma nova agência antidoping, segundo declarou nesta sexta-feira (13) o ministro dos Esportes, Vitali Moutko, depois que a Agência Mundial Antidoping (Wada) acusou seu país de estar por trás de um sistema de "doping  organizado".

"Estamos dispostos a creditar ou criar um novo laboratório a reconstituir o mesmo [incriminado pela Wada]", declarou o ministro, citado pela agência de notícias russa R-Sport.

A decisão será tomada se houver sugestões da Wada, acrescentou.

A Rússia deu na véspera os primeiros sinais de que pretende promover mudanças para evitar a suspensão de todas as competições de atletismo, com o presidente Vladimir Putin lançando um apelo para "fazer de tudo" para acabar com o problema.

Numa reunião muito esperada com dirigentes esportivos do país, realizada em Sochi, sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, Putin também pediu para que haja "uma cooperação mais aberta e profissional com as estruturas internacionais antidoping", segundo imagens divulgadas pela televisão russa.

Vitali Mutko também deu um passo nesta direção, ao aceitar nomear um "especialista estrangeiro" à frente do laboratório de Moscou, cujo diretor pediu demissão.

O diretor do laboratório de Moscou, Grigori Rodtchenkov, pediu demissão na noite de terça-feira. Ele é o primeiro a pagar pelo escândalo sem precedentes, que mescla doping e corrupção, envolvendo de atletas até os maiores escalões do governo.

"No relatório bombástico que publicou na segunda-feira, a WADA acusa Rodtchenkov de ser o pivô de um esquema de doping organizado e generalizado, com suspeitas inclusive de destruição de amostras.


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