Folha de S. Paulo


CPI do Futebol é prorrogada, e trabalhos vão até julho de 2016

A CPI do Futebol foi prorrogada por mais seis meses. Na noite desta quarta (11), os senadores Romário (PSB-RJ) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) conseguiram a assinatura de 34 parlamentares para a continuidade da investigação.

Agora, a CPI, que deveria acabar em 22 de dezembro, irá até 17 de julho de 2016. O número mínimo para a prorrogação era de 27 assinaturas.

"Recebemos nos últimos meses várias informações do sistema corrupto existente no futebol brasileiro, com a CBF sendo a cabeça disso tudo. Por isso, precisamos de mais tempo. Posso garantir para vocês que o esquema é mais feio, mais pesado, ilegal e ilícito do que eu mesmo imaginava", afirmou Romário, que preside a CPI.

Documentos obtidos pela Folha revelaram nesta quarta que Marin ganhou R$ 6,2 milhões do COL (Comitê Organizador da Copa) em 2013 e 2014. O dirigente está preso nos EUA acusado de participação num esquema de corrupção envolvendo a negociação de direitos de torneios.

O objetivo principal da CPI é investigar a CBF e o COL.

Mais cedo, também nesta quarta, por pressão da bancada da bola, a sessão secreta da CPI foi adiada para a próxima quarta (18).

Em uma reunião no início da tarde, os senadores Romero Jucá e Omar Aziz (PSD-AM) acordaram com Romário para transferir a sessão para a próxima semana.

Jucá e Aziz são os principais aliados da CBF na comissão.

"Ficou acertado que vamos mostrar nos próximos dias a farta documentação que já temos sobre os investigados para os seis senadores que ainda não tiveram acesso a essas informações. A partir dai, faremos a sessão secreta para votar os dez requerimentos", afirmou Romário.

O parlamentar pretende colocar em votação na sessão a quebra dos sigilos fiscal e bancário de José Maria Marin, ex-presidente da CBF e do COL, e de uma série de ex-dirigentes da confederação.

Carolina Galan, ex-namorada do atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, também pode ter o seu sigilo quebrado na sessão secreta. Ela recebeu uma doação de R$ 1,1 milhão de Del Nero em 2014.

Na terça, Romário vai apresentar a documentação levantada pela CPI aos senadores Romero Jucá, João Alberto (PMDB-MA), David Alcolumbre (DEM-AP), Fernando Collor (PTB-AL) e Gladson Cameli (PP-AC) e Donizetti Nogueira (PT-TO). Todos integram a comissão.

"A impressão que tenho que com os documentos que já chegaram é que encontramos o fio da meada, do funcionamento do esquema criminoso que dirige o futebol brasileiro. Falta agora puxar o restante do novelo", disse Rodrigues.


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