Folha de S. Paulo


Investigadora do escândalo de doping russo ajudará inteligência brasileira

Uma das investigadoras da comissão independente da Wada que divulgou relatório sobre o esporte russo, a britânica Gabriella Re auxiliará o governo brasileiro na preparação de uma força-tarefa de inteligência antidoping com vistas aos Jogos do Rio.

Gabriella participará de uma reunião entre os dias 23 e 27 deste mês, em Brasília. Será a primeira ação efetiva do grupo, que será liderado pela ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) e composto por Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Receita Federal, Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Ministério da Justiça e comitê dos Jogos.

Gabriella, que foi chefe de inteligência da agência antidoping britânica durante os Jogos de Londres-2012, fará consultoria para a força-tarefa. Muito do projeto brasileiro é inspirado no que foi feito na última Olimpíada.

"Aquele modelo de fazer testes antidoping só depois da competição é passado. Hoje, a expectativa é ter menos quantidade e mais qualidade em controles", afirmou Marco Aurelio Klein, secretário nacional para a ABCD.

Na reunião, será apresentado o plano de operação e a britânica fará ponderações. A parceria com ela pode ser mantida até o megaevento.

Klein disse que a atuação do grupo de inteligência vai de apurar denúncias a fazer controle de medicamentos em alfândega, passando por definir atletas e delegações alvos em testes fora de competição —a maciça maioria das nações fará aclimatação no Brasil para a Rio-2016.

A pedido de alguma agência antidoping do exterior, por exemplo, a ABCD pode fazer testes surpresa. Nos Jogos, a responsabilidade de fazer exames é do COI e do comitê organizador da Rio-2016.


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