A Agência Mundial Antidoping (Wada) anunciou nesta terça-feira (10) a suspensão com efeito imediato da autorização de funcionamento do laboratório de análise antidoping de Moscou, capital da Rússia.
Esta é a primeira consequência das recomendações de uma comissão de investigadores independentes pelo escândalo de corrupção e doping no atletismo russo.
"A suspensão, com efeito imediato, proíbe ao centro antidoping de Moscou que gerencie atividades relacionadas com a Agência Mundial Antidoping, incluindo a análise de amostras de urina e sangue. O centro antidoping de Moscou dispõe de 21 dias para apresentar um recurso a esta decisão no Tribunal Arbitral dos Desportes (TAS)", explicou a Wada em comunicado.
A Wada é uma entidade independente criada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). O objetivo da agência é, em associação com organizações intergovernamentais, autoridades públicas e entidades privadas, liderar a luta mundial contra o doping.
Um relatório de 323 páginas divulgado na segunda-feira (9), em Genebra, por uma comissão independente criada pela Wada apontou que a Rússia desenvolveu cultura "profundamente enraizada de fraude" em seu esporte, sobretudo o atletismo.
O diretor do laboratório de Moscou, Grigory Rodchenko, é apontado no relatório como colaborador do esquema. Ele admitiu ter destruído 1.417 testes antidoping para limitar a ação da auditoria.
Ainda nesta terça, o Ministério do Esporte da Rússia disse que vai colaborar com a investigação da Wada, mas pediu "fatos e provas" para recordar que o órgão não tem competência para suspender atletas.
Cinco técnicos e cinco atletas do país estavam envolvidas no esquema, como Mariya Savinova, ouro nos 800 m em 2012. Elas podem ser banidas. Não está claro qual seria o papel delas no esquema.