Folha de S. Paulo


Presidente do São Paulo nega acordo e diz que vai investigar Aidar

Rubens Chiri/Reprodução/saopaulofc.net
Carlos Augusto Barros e Silva Leco
Carlos Augusto de Barros e Silva, presidente interino do São Paulo, concede entrevista no clube

Em sua primeira entrevista como presidente interino do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, conhecido como Leco, descartou nesta quinta-feira (15) um acordo para proteger a gestão de Carlos Miguel Aidar. Ele afirmou que o ex-presidente será investigado.

"Eu garanto [que haverá investigação]. O São Paulo é um clube sério, é um clube grande. A gente tem organismos que podem fazer isso. Claro que, no decorrer dos acontecimentos, no calor da emoção, alguns procedimentos acontecem de forma a permitir a ideia de que o clube acobertará situações, mas eu asseguro que não", disse.

Por outro lado, Barros e Silva afirmou que não haverá vingança contra Aidar. "Não nos anima a ideia de revanchismo, nem de perseguição, mas nos anima a ideia de esclarecimento, fazendo as apurações que devem ser feitas", afirmou.

O interino disse que pretende marcar a eleição que decidirá o novo presidente do clube para o dia 27 de outubro. Ele confirmou que será candidato.

INVESTIGAÇÕES

Segundo a Folha informou nesta quinta, o clube está dividido em relação às investigações. A renúncia de Aidar teria sido resultado de um acordo para que nenhuma irregularidade da gestão fosse apurada.

Por outro lado, há pressão de conselheiros são-paulinos para que todas as suspeitas que recaem sobre o mandato do ex-presidente sejam esclarecidas.

Por ora interino, Barros e Silva é o favorito para comandar o São Paulo até o fim deste mandato, em abril de 2017. É também por ele, ou por outro que seja eleito, que passará a decisão de investigar as ações passadas.

Enquanto foi presidente do Conselho Deliberativo, porém, durante esses 18 meses de gestão, o órgão teve conhecimento de todas as denúncias, mas pouco fez.

A medida mais emblemática nesse período foi a criação de um grupo para apurar o contrato firmado entre o clube e a empresa chamada Far East, de Hong Kong, com pagamento de comissão de R$ 18 milhões por intermediar o acordo com a Under Armour, empresa de material esportivo do clube.

O grupo foi criado em maio, mas até hoje não houve conclusão.

Outros casos que podem ser investigados pelo conselho são o contrato de comissionamento em negócios do clube para a namorada de Aidar, Cinira Maturana, a participação da filha do presidente na negociação de jogadores e a polêmica compra do zagueiro Iago Maidana por valor maior que a multa de rescisão.


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