Folha de S. Paulo


Álbum de figurinhas do Palmeiras reúne gerações em torno de conquistas

Reunir diferentes gerações em torno da paixão pelo clube é o grande feito do álbum de figurinhas do Palmeiras, lançado há cerca de um mês.

A brincadeira virou coisa séria para apaixonados pelo time, que têm marcado encontros para trocar os cromos repetidos nas lojas oficiais do clube e em estabelecimentos perto do Allianz Parque, como o grupo Dissidenti.

Feito pela Panini e vendido em bancas e livrarias, o álbum "Centenário de Glórias" tem 66 páginas e 400 figurinhas, que contam passagens vitoriosas da equipe.

A conquista do Mundial de 1951 e o título da Libertadores de 1999 são alguns dos destaques. Além dos cromos tradicionais (R$ 1 o pacote com cinco), há versões metalizadas e em tecido, além de uma página dedicada ao "time dos sonhos", com caricaturas de Ademir da Guia e Djalma Santos, entre outros.

O gerente de marketing da Panini, Marcelo Adriano da Silva, diz que o resultado superou as expectativas. "O engajamento é surpreendente. O álbum tem sido um imenso sucesso", conta. A empresa não informa números.

Homenagem ao centenário do clube, comemorado em 2014, o álbum foi lançado com atraso. A reportagem apurou que a demora aconteceu pelo atraso nas negociações de direitos de imagem com alguns jogadores.

PAIXÃO EM FAMÍLIA

A filha do técnico em segurança eletrônica Fabio Pepe, 32, era são-paulina até os 5 anos de idade, por influência da mãe. Hoje, aos 9, Gabrielle e o pai frequentam o Allianz e colecionam as figurinhas do álbum.

Agora, os dois aprendem juntos sobre a história do clube. "Na Copa passada, minha filha pediu para fazermos o álbum. Desta vez, eu fiz questão de colecionar. Voltei a ser criança", conta Pepe.

O analista de recursos humanos Roberto Morezi Júnior, 29, compartilha a brincadeira com os dois sobrinhos. "É legal, você tira as figurinhas e vai mostrando a história do time, que é muito rica", diz.

Na casa da estudante Luiza Fraga, 20, aconteceu o inverso. Ela troca as repetidas com os colegas de faculdade, mas não se contentou em fazer a coleção sozinha -mandou um álbum para o pai, que mora no Pará. O problema para ele tem sido encontrar figurinhas nas bancas longe de São Paulo.

Locutor do estádio e xodó da torcida, Marcos Costi, 33, decidiu comprar o álbum de capa dura, mais caro -R$ 36,90 contra R$ 7,90 da versão comum. "Não tenho essa vontade toda de trocar figurinha. É mais uma relíquia, um legado que eu deixo para a família. Ficará como uma enciclopédia do Palmeiras."

DEMANDA

Atender a demanda dos torcedores palmeirenses não tem sido fácil para a Panini. À Folha, os entrevistados relataram dificuldades para encontrar os cromos logo após o lançamento. Agora, o principal desafio tem sido achar o álbum de capa dura.

Ainda à procura da versão mais luxuosa, Morezi já tem figurinhas para preencher metade do livro, mas ainda não colou nenhuma. "Acho que subestimaram o Palmeiras. Este ano a torcida está consumindo muito, lota o estádio mesmo com ingressos caros, e abraçou o álbum também".

A fabricante nega que tenha subestimado o consumo dos torcedores. "A Panini previu uma quantidade significativa para a tiragem inicial, bem acima das estimativas convencionais da editora", afirmou Silva.


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