Folha de S. Paulo


Aidar nega ter desviado dinheiro e diz que aguenta pressão por renúncia

O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, está decidido a permanecer no comando tricolor. Em reunião nesta quinta-feira (08) com conselheiros e ex-presidentes do clube, o mandatário chegou a ouvir conselhos para que deixasse o cargo, mas não acatou.

A justificativa dos "cardeais" do Morumbi é que essa seria a melhor decisão do ponto de vista pessoal, para cuidar da vida profissional, da saúde e se preservar. O presidente são-paulino refutou a sugestão, sem dar margem para qualquer tipo de reflexão.

No encontro, Aidar foi cobrado por alguns dos diversos episódios confusos do seu um ano e meio de gestão. Ele fez questão de relembrar um a um e dar explicações.

O último episódio, revelado pela Folha nesta sexta-feira (09), envolve a namorada de Aidar, Cinira Maturana. Em reunião com membros do Conselho Deliberativo do clube, o ex-vice Ataíde Gil Guerreiro apresentou documentos que sugerem um acordo que favoreceu a empresária. Segundo Guerreiro, ela teria recebido comissão de R$ 6 milhões referente ao contrato com a marca esportiva Under Armour.

Durante o encontro, Aidar garantiu que não houve desvio de dinheiro e nenhum ato irregular em sua gestão. Ele apresentou novos planos para o futuro, disse que fará uma grande reformulação na diretoria e será capaz de superar a turbulência política que assola o Morumbi.

"Eu aguento tranquilamente essa pressão", disse o presidente, segundo os presentes na reunião.

Guerreiro, com quem brigou na última segunda-feira (05), organiza um movimento para o pedido de impeachment. Nesta quinta, ele enviou um e-mail ao mandatário, afirmando ter gravações em que Aidar fala sobre divisão de dinheiro em comissões de jogadores e da participação da namorada em negociações do São Paulo.


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