Folha de S. Paulo


Presidente de conselho diz que não sabe se Aidar terminará mandato

Em meio à crise política no São Paulo, o presidente do Conselho Consultivo do clube, José Eduardo Mesquita Pimenta, prevê um fim de mandato precoce para o presidente Carlos Miguel Aidar.

"Eu sinceramente não sei se [Aidar] terá como terminar o mandato. Não consigo ainda fazer uma análise de quanto a opinião pública vai interferir nisso e como estão os eleitores em relação a tudo que está acontecendo. É também uma decisão muito pessoal, que só cabe a ele", afirmou Pimenta à Folha.

Aidar terá um encontro com o conselho, que é composto por ex-presidentes da entidade e são-paulinos notáveis, nesta quinta-feira (8).

O conselho se reuniu um dia antes para debater o atual momento político no Morumbi e tentar chegar a uma ação conjunta.

A conversa aconteceu no escritório de advocacia do jurista Ives Gandra, que faz parte do grupo.

Uma das ideias de Aidar é propor que os ex-presidentes do clube assumam os cargos da vice-presidência.

"Existe essa conversa, mas já vimos que isso será muito difícil de acontecer. É uma coisa que depende da disposição política dos ex-presidentes e a gente já viu que não há em alguns casos", disse Pimenta.

Na última terça (6), toda a diretoria entregou o cargo a pedido de Aidar, que disse querer reformular a cúpula tricolor para conseguir a pacificação interna do clube.

Tudo aconteceu depois da saída de Ataíde Gil Guerreiro, vice-presidente de futebol, que brigou com Aidar em um café da manhã na última segunda (5), tendo que ser contido por um segurança do hotel Radisson, na Vila Olímpia. Ele foi embora do local chamando o mandatário de mentiroso, aos berros, e depois pediu demissão.

No entendimento dos que estão contra o presidente, ele, na verdade, tenta atrelar o convite aos cargos vagos com um pedido de apoio, para que consiga se manter no poder até o fim da gestão.

"A incompetência da gestão Aidar faz com que ele tente barganhar cargos em troca de sua permanência", disse o ex-vice do São Paulo Roberto Natel à reportagem.

Alguns dos principais aliados de Aidar durante o seu mandato, que começou em abril do ano passado, já dizem em conversas informais que não voltarão para a diretoria, a menos que uma mudança radical ocorra.

Nesta quarta-feira, durante seu depoimento à CPI do Futebol, em Brasília, Aidar foi questionado sobre a briga com Ataíde Gil Guerreiro.

O dirigente negou que tenha acontecido um entrevero grave entre os dois.

"Não houve absolutamente nada de grave. Houve uma discussão acalorada sobre uma questão conceitual de gestão", disse o presidente são-paulino à comissão.


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