Folha de S. Paulo


Brasil estreia nas eliminatórias com expectativa de roteiro dramático

Um time que nunca ficou de fora de uma Copa do Mundo, uma invencibilidade de 15 anos e um treinador que coleciona sete vitórias seguidas diante do adversário.

Na teoria, a seleção treinada por Dunga não tem com o que se preocupar. Mas, na vida real, a história é diferente.

Contestada desde o vexame do Mundial no Brasil, a seleção inicia nesta quinta (8), às 20h30, em Santiago, contra o Chile, a busca por vaga na Copa de 2018, naquela que deve ser a mais dramática eliminatória da história.

Os adversários são os de sempre, mas a fase é diferente: dos dez primeiros do ranking da Fifa, quatro são sul-americanos: Argentina (vice da Copa), Colômbia, Brasil e Chile (campeão da Copa América ). Há, ainda, o Uruguai e o Paraguai, que tirou o Brasil nas últimas duas Copas Américas.

Além disso, o time nacional nunca esteve tão fragilizado. O primeiro jogo já mostra a dificuldade. Diante de cerca de 40 mil torcedores rivais, os brasileiros vão enfrentar a melhor geração da história do futebol chileno.

Em julho, o time ganhou pela primeira vez a Copa América, também em casa, e agora pretende estabelecer mais um fato inédito: ir pela terceira vez seguida a Copas.

O torneio é disputado em turno e returno por dez países e acaba em outubro de 2017, Os quatro primeiros vão à Copa. O quinto disputa vaga contra um time da Oceania.

A última derrota da seleção para os chilenos foi em 2000, quando a seleção comandada por Vanderlei Luxemburgo caiu por 3 a 0, no mesmo Estádio Nacional, onde joga nesta quinta. Desde então, são 11 vitórias e três empates.

"A desconfiança é normal. Todos que trabalharam na seleção passaram por isso. O que temos que fazer a partir de agora é trabalhar e vencer os jogos. Não tem segredo", disse Dunga, que assumiu em 2014 o comando da seleção logo após a queda na Copa por 7 a 1 diante da Alemanha.

Desde então, a seleção tenta resgatar o prestígio perdido. Dunga venceu os 14 amistosos que fez. Mas, no primeiro torneio oficial, a Copa América, a seleção caiu diante do Paraguai nos pênaltis.

Como se não bastasse a má fase em campo, a CBF tenta recuperar o prestígio nos bastidores. Responsável pela escolha de Dunga, José Maria Marin está preso na Suíça acusado de envolvimento em corrupção. Seu sucessor, Marco Polo Del Nero, se recusa a deixar o Brasil desde maio.

"Vamos passar por dificuldades. O torcedor tem que entender isso e ter paciência", pediu Dunga. "Será uma das eliminatórias mais disputadas. O empate é bom resultado nesse começo", disse o zagueiro e capitão Miranda.

PEDREIRA À VISTA - Os principais rivais no caminho do Brasil até a Copa de 2018


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