Folha de S. Paulo


Vice do São Paulo é demitido, e diretoria organiza saída em massa

O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, demitiu nesta terça-feira (6) o vice-presidente de futebol do clube, Ataíde Gil Guerreiro, após a briga entre os dois cartolas na segunda-feira no hotel Radisson, no bairro Itaim Bibi, na zona sul da capital paulista.

Aidar afirmou a Folha que Ataíde foi "exonerado do cargo".

A briga entre Aidar e Ataíde aconteceu durante uma reunião entre dirigentes do clube. A confusão foi apartada pela segurança do hotel.

Rubens Moreno, diretor de Futebol, também deixou o clube.

"Que fique claro, fui eu que pedi demissão. Ninguém me demitiu. Avisei o presidente e ele aceitou o meu pedido", falou Moreno, para a reportagem.

A reportagem apurou que o presidente são-paulino e o seu vice discutiram acaloradamente e tiveram que ser contidos pela segurança do local. A informação foi divulgada nesta segunda pela coluna Radar, da revista Veja. Segundo a publicação, os dois cartolas teriam trocados socos.

"Não houve nada físico, só uma discussão mais quente envolvendo treinador, nada além", afirmou Aidar à Folha.

A gerência do hotel confirmou que um segurança teve que apartar uma briga no local. "Houve de fato uma discussão acalorada, entre pessoas que participavam de uma reunião, mas que não eram hóspedes. Eles trocaram alguns gritos, mas não chegaram às vias de fato. Um segurança teve que interferir e separou dois homens. Um deles foi embora logo em seguida", afirmou a gerência do Radisson, na segunda.

O funcionário do hotel, porém, não informou se era uma reunião entre dirigentes do clube paulista. Outras pessoas que estavam no local confirmaram que a discussão foi entre os dois dirigentes, Ataíde e Aidar.

Ataíde ocupava o cargo de vice-presidente do São Paulo desde a posse de Aidar em abril do ano passado.

Antes da demissão de Ataíde, Aidar demitiu no início de setembro o CEO do clube, Alexandre Bourgeois, que tinha o empresário Abílio Diniz como padrinho. O São Paulo alegou falta de resultado e a ausência de sugestões de soluções para para anunciar a demissão.

Há pouco mais de um ano, Aidar demitiu o ex-presidente do clube Juvenal Juvêncio, que ocupava o cargo de diretor das categorias de base. Aidar foi eleito presidente do clube com o apoio do cartola.

DEMISSÃO EM MASSA

Depois da briga, diretores do São Paulo organizam um pedido de demissão unificado.

A reportagem ouviu pelo menos três membros da cúpula tricolor que confirmaram a informação.

Havia internamente já uma insatisfação com uma série de atitudes de Aidar. Uma das principais foi a contração do zagueiro Iago, de forma nebulosa, investigada pela CBF.

Entre os que avaliam a debandada estão Eduardo Alfano Vieira, de Relações Internacionais, Carlos Belmonte Sobrinho, diretor de Estádio, Vinicius Pinotti, de Marketing, e Leonardo Serafim dos Anjos, diretor jurídico.

Ao mesmo tempo, o Conselho Deliberativo tenta reunir o máximo de conselheiros dispostos a assinar uma moção de desconfiança apresentada na última reunião do órgão.

Para conseguir a saída do presidente por um impeachment é preciso de 180 presentes na sessão.

É isso que os conselheiros da oposição estão articulando, tentando fazer com que os grupos que ainda apoiam Aidar rompam imediatamente e se juntem ao pedido de saída.


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