Folha de S. Paulo


CPI aprova quebra de sigilo de Marin em sessão com bate boca

Após duas semanas sem atividades, a CPI do Futebol no Senado retomou os trabalhos nesta quarta-feira (23) com um bate boca entre os senadores Romário (PSB-RJ) e João Alberto (PMDB-MA). A sessão também contou com a votação de requerimento para quebrar os sigilos fiscal e bancário de José Maria Marin.

Alberto é néofito na comissão. Ele participou nesta quarta de sua primeira sessão, em substituição a Eunício Oliveira (PMDB-CE), e questionou os procedimentos da CPI ao afirmar que os trabalhos se baseiam apenas em fatos divulgados na imprensa. E fez elogios ao futebol nacional.

"Nosso futebol é muito bem organizado, se não fosse, não teríamos tantas conquistas. Não podemos achar que o quarto lugar na Copa do Mundo foi o fim do mundo. Há bons dirigentes e maus dirigentes", disse João Alberto.

Ele foi interrompido por Romário. "Não sei se felizmente ou infelizmente, mas discordo totalmente do que vossa excelência disse, senador João Alberto. Temos dirigentes ruins e péssimos, o resultado da Copa do Mundo, com todo respeito, não posso concordar que o senhor os considere como bons resultados, depois de levar de 7 a 1 em casa", disse o ex-jogador, desferindo diversos adjetivos contra o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.

João Alberto questionou se Romário não seria suspeito por presidir a CPI que investiga a CBF. "Vossa excelência não poderia emitir opinião, nós somos juízes, não devemos emitir opinião aqui", afirmou o maranhense. "Eu não estou opinando, estou afirmando. Del Nero é um câncer e, como a doença, merece ser extirpado, para o bem do futebol", emendou Romário.

SIGILOS QUEBRADOS

A CPI aprovou a solicitação ao COAF das informações financeiras de José Maria Marin, no período de 12/03/2012 até a sua prisão na Suíça em 30/05/2015, bem como a transferência dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente da CBF.

O pedido foi feito pelo senador Paulo Bauer (PSDB-SC) e aprovado por unanimidade. Também estiveram presentes Ciro Nogueira (PP-PI), João Alberto (PMDB-MA), Donizeti Nogueira (PT-TO), além de Romário, presidente da comissão, o relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), e Humberto Costa (PMDB-PE).

Na mesma sessão, foi aprovada em votação a quebra dos sigilos de José Margulies, um dos 14 citados na investigação do FBI que ocasionou a prisão de sete dirigentes, entre os quais Marin. Lázaro foi indiciado por quatro acusações: extorsão, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

As denúncias foram feitas com base nas alegações de que ele, como um executivo de TV, ajudou a organizar os pagamentos ilegais entre os executivos de marketing e oficiais de futebol.


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