Folha de S. Paulo


Aidar diz que ex-CEO do São Paulo foi 'desmascarado' e nega ameaça

No Panamá, onde participará de um evento de um patrocinador nesta semana, o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, respondeu as críticas que recebeu do ex-CEO tricolor, Alexandre Bourgeois, pivô da mais recente polêmica no Morumbi.

O mandatário negou que tenha impedido o acesso de Bourgeois aos contratos e às informações financeiras do São Paulo, acusou o executivo de atuar de maneira política e justificou a demissão como "falta de confiança".

Ao responder as críticas, Aidar negou que tenha ocorrido qualquer ameaça de agressão no encontro entre eles, na última quinta (10), quando anunciou a demissão de Bourgeois. O ex-CEO relatou à Folha que foi ameaçado.

"Ele [Bourgeois] mente quando diz que não tinha acesso às informações do São Paulo. Ele tinha todos os contratos, tudo disponível. Abrimos tudo para ele ter condição de analisar e oferecer caminhos ao São Paulo. Mas ele acabou escolhendo um caminho que não me agradou", disse Aidar.

"Chegou ao meu conhecimento notícias bem desagradáveis sobre o comportamento dele. Reuniões com empresários, reuniões com atletas. Acompanhamento de pessoas à presença do Abílio [Diniz, empresário e membro do conselho consultivo do São Paulo] sem meu conhecimento. Tudo isso fez com que eu perdesse a confiança nele", afirmou.

"Reuni meus vice-presidentes, o Alex e a assessoria de imprensa da presidência, que tem o Marco Antônio Sabino como funcionário. Este levou um jornalista que trabalha com ele, que é o Olivério Júnior, e que foi quem acabou desmascarando o Alex. Mostrou conversas que comprovavam que o CEO não estava falando a verdade para o São Paulo. Foi um bate-boca entre os dois, mas ninguém ameaçou ninguém, ninguém quis sair no tapa e ao final dessa conversa eu disse: 'Alex, perdi a confiança em você, o São Paulo não precisa mais dos seus trabalhos, não precisa vir ao São Paulo amanhã'."

Bourgeois ficou cerca de três meses no cargo. Ele chegou ao clube indicado pelo empresário Abílio Diniz e ficou responsável por estruturar um projeto de profissionalização de gestão para o São Paulo.

O projeto foi entregue ao presidente há cerca de três semanas e tinha como objetivo a criação de um conselho gestor, que teria um presidente –a proposta é que fosse o próprio Aidar– e, abaixo desse conselho, estariam o presidente do São Paulo, o CEO, os vices-presidentes e executivos que seriam contratados para gerir as áreas de marketing, finanças e o futebol.

"A proposta dele tiraria do presidente, que foi eleito de forma democrática, o poder de decisões no clube. Eu ficaria dependente daquilo que o conselho decidisse. Eu fui candidato, disputei uma eleição, ganhei uma eleição e tenho de exercer o direito do mandato dentro do regime presidencialista. O ônus ou o bônus da gestão será meu", avisou Aidar.

Para o lugar de Bourgeois, Aidar contratou Paulo Ricardo de Oliveira, que foi presidente da Penalty. O executivo, inclusive, deve fazer um novo projeto de profissionalização para ser apresentado ao presidente.

"Em dois dias de trabalho, ele reuniu todos os vices, os colaboradores, já se informou sobre o clube. Em dois dias, ele fez muito mais que o Alex fez em três meses", disse Aidar.

Aidar está na Cidade do Panamá, no Panamá, para participar de um evento da Copa Airlines, companhia aérea que é patrocinadora do clube.

O jornalista RAFAEL VALENTE viaja ao Panamá a convite da Copa Airlines


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