Folha de S. Paulo


CBV confirma duplas na praia, com Ricardo/Emanuel na reserva em 2016

Divulgação/FIVB
Ágatha e Bárbara Seixas comemoram título mundial
Ágatha (à esq.) e Bárbara Seixas comemoram título mundial em julho, na Holanda

A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) confirmou nesta quarta-feira (16) as duplas que representarão o Brasil nos Jogos Olímpicos de 2016 e deixou Ricardo e Emanuel, campeões olímpicos de 2004, na reserva.

Entre os homens, os representantes serão Alison/Bruno Schmidt - classificados pelo ranking mundial - e Evandro/Pedro Solberg, escolhidos pela comissão técnica.

No naipe feminino, o Brasil terá em quadra Larissa/Talita e Ágatha/Bárbara. na reserva, estarão Juliana e Maria Elisa.

"A CBV decidiu antecipar o anúncio das equipes, que estava anteriormente programado para acontecer em janeiro, devido a algumas razões: não teremos nenhum evento internacional com participação das equipes brasileiras até o fim do ano, vamos propiciar uma antecipação de preparação e planejamento, vamos dar igualdade de condições e de preparação entre as equipes que vão aos Jogos Olímpicos. Já estamos nos preparando para receber as equipes, e eu gostaria de reiterar que a decisão foi única e exclusivamente da CBV. Foi uma decisão tomada internamente pela nossa unidade de vôlei de praia", explicou Fulvio Danilas, diretor de vôlei de praia da CBV.

Campeãs mundiais neste ano na Holanda, Ágatha e Bárbara demonstraram alívio com a confirmação da vaga na Olimpíada.

"A gente já estava se sentindo com a vaga, mas hoje é especial porque virou oficial. A gente tem certeza que vai estar representando o país no ano que vem, e isso muda muito. É o planejamento de toda a nossa equipe em relação ao que a gente vai fazer", disse Ágatha.

"Acho que é um alívio muito grande de a gente ter concluído o objetivo, que era a vaga. Não foi uma surpresa para a gente, até pelo ano que a gente apresentou e pela campanha que a gente vem fazendo, mas a gente está muito motivada por essa confirmação", completou Bárbara.

HISTÓRICO

O Brasil tem 11 medalhas no vôlei de praia (dois ouros, seis pratas e três bronzes) desde que a modalidade foi inserida no programa dos Jogos Olímpicos em Atlanta. Os ouros são de Jaque Silva e Sandra Pires, na estreia do esporte em 1996, e Ricardo e Emanuel, em Atenas-2004.

Depois de trocarem várias vezes de parceiros nos últimos anos, a única dupla masculina do Brasil a ser campeã olímpica, aliás, voltou a jogar junta há cerca de um ano com o claro objetivo de se despedir das areias nos Jogos do Rio. Ricardo tem 40 anos e Emanuel, 42. Além do ouro, ambos têm mais uma prata e um bronze olímpicos.

O atual ranking mundial e o desempenho nas grandes competições de 2015, no entanto, tiraram Ricardo e Emanuel da disputa. Assim como exclui outra medalhista olímpica que estava na corrida: Juliana, bronze em Londres-2012 ao lado de Larissa e que atualmente joga com Maria Elisa.

EM FAMÍLIA

Com esta definição da CBV, o Brasil terá filho e sobrinho de atletas consagrados nos Jogos do Rio no vôlei de praia.

Pedro Solberg, que aos 29 anos fará sua estreia em Olimpíada, é filho da ex-jogadora de vôlei Isabel, que brilhou nas quadras e nas praias nos anos 1970, 1980 e 1990.

Tratado como joia no vôlei de praia desde a adolescência, Pedro passou por uma grande polêmica antes dos Jogos de Londres-2012. Envolvido em caso de doping, ele foi posteriormente absolvido após ser constatado um erro do laboratório carioca Ladetec. Único local do país apto a fazer testes antidoping na época, o Ladetec sofreu sanção da Agência Mundial Antidoping (Wada) e depois acabou descredenciado.

Já Bruno Schmidt, 28, é sobrinho do ex-jogador de basquete Oscar e do apresentador da TV Globo, Tadeu Schmidt. Ele também vai disputar sua primeira Olimpíada.

"Ele é o menor e o melhor jogador de vôlei que existe no planeta. A medalha de ouro no Rio já é do meu sobrinho", brincou o cestinha Oscar, a respeito do sobrinho de 1,85 m, durante evento com empresários e esportistas na última semana, em São Paulo.


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