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Espaço aéreo do Rio será fechado parcialmente nos Jogos, diz ministro

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O espaço aéreo da Marina da Glória, que receberá as provas de vela nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, terá que ser fechado entre três e quatro horas durante os dias de competição, entre 8 e 18 de agosto do próximo ano.

Essa medida afetará diretamente os voos no aeroporto Santos Dumont, e as empresas aéreas já estudam ajustes, revelou o ministro do Esporte, George Hilton (PRB).

Ele participou de sabatina nesta terça-feira (18), na Folha. O evento abre a série de sabatinas sobre a Olimpíada, que serão realizadas todos os meses até o início dos Jogos, em agosto de 2016.

Ele foi sabatinado por Naief Haddad, editor de "Esporte", e pelo repórter Paulo Roberto Conde.

"É necessário [o fechamento do espaço aéreo] para que a empresa contratada pelos organizadores possa fazer a transmissão das provas. O COI (Comitê Olímpico Internacional) queria que o fechamento fosse de oito a dez horas, o que era inviável. Estamos tendo reuniões para definir como as empresas serão afetadas, já que terão que transferir voos", disse Hilton.

A transmissão para a TV das provas de vela é feita em quase sua totalidade pelo ar, para que seja possível fazer tomadas dos barcos nas disputas. Para isso, é preciso que não haja decolagem ou pouso de voos no aeroporto mais próximo durante a prova, que no caso da Marina da Glória, na região da baía de Guanabara, é o Santos Dumont.

Ernesto Rodrigues/Folhapress
O ministro do Esporte, George Hilton (centro), durante a sabatina sobre a Olimpíada do Rio
O ministro do Esporte, George Hilton (centro), durante a sabatina sobre a Olimpíada do Rio

De acordo com Hilton, estuda-se como remanejar estes voos sem afetar o tráfego aéreo no local. O vaivém de aeronaves pode prejudicar o desempenho nas classes com barcos menos pesados.

Ainda segundo ele, a segurança do espaço aéreo está entre as principais preocupações do COI no momento, juntamente com o fornecimento de energia para o evento.

Hilton garantiu que as obras olímpicas serão entregues no prazo. "Tivemos reuniões tensas no passado, sobre se as obras seriam concluídas, mas agora o nível de satisfação é muito grande. A presidenta Dilma [Rousseff] se encontrou recentemente com [Thomas] Bach [presidente do COI], que viu seriedade e comprometimento na realização do evento."

O ministro também disse não temer que a recessão respingue nos investimentos para os Jogos. "A crise existe. Há uma preocupação em todo setor produtivo do Brasil, mas de 70% a 80% das obras estão encaminhadas. O importante é que, com as obras do Rio em níveis satisfatórios, possamos direcionar outros projetos, como a criação de centros de iniciação, para outras regiões do Brasil."

Esses centros aos quais ele se refere são parte do projeto do Sistema Nacional do Esporte, que deve chegar ao Congresso em outubro.

"Não podemos pensar apenas no esporte de alto rendimento, em ganhar medalhas ou títulos. Temos que tratar o esporte como algo que possa fazer a inclusão social e prevenção, que ajude na saúde pública e diminua, por exemplo, o sedentarismo."

O ministro, contudo, não revelou detalhes sobre Sistema Nacional do Esporte.


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