Folha de S. Paulo


Velejadores estrangeiros dominam evento-teste na baía de Guanabara

A suposta vantagem dos velejadores brasileiros nas disputas dentro da baía de Guanabara não se confirmou no segundo dia do evento-teste da modalidade.

Os estrangeiros dominaram as dez provas disputadas neste domingo (16) e abriram vantagem na regata que vai se estender até o próximo sábado (22).

Considerado um dos principais problemas das raias olímpicas, o lixo flutuante desta vez não entrou na rota dos atletas.

Em dez categorias disputadas, os brasileiros ficaram entre os três primeiros apenas na classe 49erFX, com a dupla campeã do mundo Martine Grael e Kahena Kunze, que ficou na terceira colocação.

Outros favoritos da delegação nacional não obtiveram resultados expressivos. O campeão olímpico Robert Scheidt, que ficou em segundo lugar na classificação de sábado (15), acabou em nono lugar neste domingo. O vencedor foi o croata Tonci Stipanovic.

Jorge Zarif ficou em 14º lugar na categoria Finn, vencida pelo holandês Pieter-Jan Postma.

Nas provas de windsurfe, chamada de RS: X, Ricardo Winicki, o "Bimba", ficou em oitavo lugar, enquanto o chinês Aichen Wang chegou em primeiro. Nesta mesma categoria, no feminino, venceu a francesa Charline Picon, com Patrícia Freitas em oitavo.

A brasileira disse que, em contraponto à experiência nacional na baía de Guanabara, as equipes europeias têm um orçamento maior para investimentos em tecnologia. 

"A gente vinha se gabando muito dessa grande vantagem [de treinar no Rio] e ficou um pouco cego", avaliou Patrícia Freitas.

Alguns integrantes da delegação brasileira de vela mencionam a existência de um lobby estrangeiro para tirar as provas da baía de Guanabara. Defendem a tese de que a poluição da água seria apenas um pretexto para transferir a competição para Búzios, balneário no litoral fluminense conhecido pelos ventos constantes e fortes.


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