Folha de S. Paulo


A um ano dos Jogos, Rio diz que está tão pronto quanto outras sedes

A um ano do início da Olimpíada, o presidente do Comitê Organizador da Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, afirmou que o Rio está tão preparado para sediar a competição quanto as cidades-sede anteriores estavam na mesma época.

O presidente e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), participaram de coletiva de imprensa para cerca de 200 jornalistas em um dos estádios do Parque Olímpico, em Jacarepaguá, zona oeste.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, tinha presença confirmada no evento, mas não compareceu alegando estar cansado do voo no dia anterior, segundo Nuzman.

Na coletiva, o prefeito apresentou os dados de execução das obras para a Olimpíada, tanto de equipamentos esportivos quanto as chamadas obras de legado —de mobilidade urbana e reutilização de áreas da cidade, como a região portuária.

Segundo a prefeitura, 82% do Parque Olímpico, principal local de competições, está concluído.

O velódromo, cujo atraso nas obras causou preocupação, ainda é o espaço mais longe da conclusão –61%.

"Não me preocupo porque não é uma arena grande. Tem apenas 5 mil lugares", disse Paes.

O Complexo Esportivo de Deodoro, que sediará 11 modalidades olímpicas e quatro paraolímpicas, tem 60% de suas instalações prontas, segundo o site da prefeitura.

Em sua apresentação, o prefeito deixou de fora o estádio João Havelange (Engenhão), que sediará competições de atletismo e os jogos da primeira fase do futebol. O estádio precisa passar por reforma para adequá-lo às necessidades dos esportes.

"Está quase pronto", disse Paes mais tarde, sem informar quanto da obra já foi executada.

A Transolímpica, via que ligará o Parque Olímpico ao Complexo Esportivo de Deodoro, que sediará 11 modalidades olímpicas e quatro paraolímpicas, está 65% pronta.

Os Jogos estão orçados em R$38,2 bilhões, mas o valor ainda deve aumentar, como admitiu o prefeito em sabatina com a Folha em julho, devido à licitação de estruturas temporárias, que ainda não foi feita.

BAÍA DE GUANABARA

A má qualidade da água da Baía de Guanabara, onde acontecerão as provas de vela, foi lembrada no evento.

Após a publicação de um estudo que apontou volume alarmante de vírus e bactérias de esgoto humano nas raias de competições olímpicas na baía, ganhou força uma campanha para transferir as provas para Armação de Búzios, cidade da Região dos Lagos, no Rio.

Nuzman voltou a descartar essa possibilidade, dizendo que "não basta água e vento" para uma cidade poder sediar uma competição olímpica.

"É claro que algumas confederações não querem jogar no campo do Brasil", disse, alfinetando comitês como o norte-americano, que pediu à Federação Internacional de Vela que mudasse o local da competição.


Endereço da página:

Links no texto: