Folha de S. Paulo


Performance de nadadores do Brasil em Kazan piora em relação ao Pan

A declaração de Leonardo de Deus na saída da semifinal dos 200 m borboleta, nesta terça (4), no Mundial de Kazan (Rússia), não deixa dúvida sobre o desempenho dele.

"Eu achei que ia nadar melhor", constatou. A análise poderia valer para outros nadadores brasileiros que já competiram neste torneio.

Leo ficou a uma posição de entrar na final da prova, que ocorre nesta quarta (5).

Com a marca de 1min56s02, foi um segundo mais lento em relação ao seu registro na mesma distância no Pan de Toronto, que lhe rendeu o ouro.

"Com a experiência que eu possuo, tinha de estar nessa final", lamentou.

Em tese, sua prioridade era o Mundial da Rússia –o evento de maior relevância desta temporada para a modalidade–, mas sua performance foi superior no Canadá.

Outros nadadores brasileiros não repetiram na Arena de Kazan o que fizeram na América do Norte. Felipe França, que se classificou para disputar nesta quarta a final dos 50 m peito, falhou na meta de ficar entre os oito melhores dos 100 m peito.

No Pan, venceu com 59s21, mas não refez essa marca no Mundial da Rússia. O mesmo se passou com Guilherme Guido nos 100 m costas e com a equipe de revezamento 4 x 100 m livre feminino.

Com os tempos que registraram em Toronto, todos eles iriam às finais das respectivas provas no Mundial.

Outro caso foi o de João de Lucca, que venceu os 200 m livre em Toronto com 1min46s42 e piorou a marca em um segundo agora.

Até esta terça, apenas Manuella Lyrio, nos 400 m livre, e o revezamento 4 x 100 m livre evoluíram na comparação entre o Pan e o Mundial.

Na avaliação de Felipe Lima, que ficou fora das decisões dos 50 m peito e dos 100 m peito, o fato de disputar duas competições grandes em um espaço tão curto de tempo foi prejudicial.

"Não foi legal. A gente não poliu 100% para o Pan e acabou não dando certo para cá, mas são coisas que acontecem", disse Lima, bronze nos 100 m peito no Mundial de Barcelona em 2013.

A delegação brasileira disputou o Pan de 14 a 18 de julho e, de lá, alguns retornaram ao Brasil e outros foram para onde vivem no exterior. Após poucos dias de descanso, viajaram para Rio Maior, em Portugal, para aclimatação antes de irem para Kazan.

A exceção foi Cesar Cielo, que abriu mão do Pan pelo Mundial e se preparou na Holanda, mas terminou os 50 m borboleta fora do pódio.

"É difícil você segurar o pico de adrenalina de um Pan-Americano, de um excelente Pan, e vir para o Mundial", disse Leonardo de Deus.

Felipe França endossa o coro. "Eu descansei apenas dois dias para nadar logo no primeiro [domingo]".


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