Folha de S. Paulo


Rio anuncia projeto para despoluir baía de Guanabara

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Quatro dias após a publicação de um estudo que apontou volume alarmante de vírus e bactérias de esgoto humano nas raias de competições olímpicas na baía de Guanabara, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), admitiu nesta segunda-feira (3) que o plano de recuperação da baía era ambicioso demais e anunciou um novo programa para monitorar qualidade da água e recuperar a balneabilidade da baía.

O governo havia se comprometido a tratar 80% do esgoto lançado na baía até a Olimpíada de 2016. Segundo Pezão, 49% do trabalho foi feito. "Erramos. Não queremos errar de novo", disse o governador na cerimônia onde lançou um novo programa de recuperação.

O programa consiste numa parceria do governo do Estado com sete universidades e três centros de pesquisa. Essas instituições deverão elaborar diagnósticos sobre as condições ambientais e socioeconômicas da baía e propor ao Estado investimentos para o tratamento do esgoto das cidades localizadas às margens da baía. A parceria prevê ações até 2030.

O diagnóstico deverá ser entregue no fim deste ano. Depois, será feito um novo plano de metas para a despoluição da baía. O plano atual já custou mais R$ 3 bilhões. O governo não informou até a publicação deste texto de quanto será o aporte para a nova fase de despoluição.

No último dia 31, um estudo encomendado e divulgado pela agência internacional de notícias Associated Press apresentou resultado de testes nos três locais de competição na zona sul da cidade: baía de Guanabara, Lagoa Rodrigo de Freitas e praia de Copacabana. Houve coleta de amostras também na praia de Ipanema, por ser um local muito frequentado por turistas.

O estudo, realizado na Universidade Feevale, em Nova Hamburgo (RS), constatou que coliformes fecais estão presentes em níveis até 1,7 milhão de vezes acima do padrão de praias americanas. As concentrações dos vírus foram aproximadamente as mesmas encontradas no esgoto puro.

Pezão nega que o novo projeto de recuperação tenha sido anunciado em resposta à publicação do estudo.

INSTITUIÇÕES QUE PARTICIPARÃO DO PROJETO

- Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj);
- Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf);
- Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ);
- Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ);
- Universidade Federal do Rio de Janeiro (Uni-Rio);
- Universidade Federal Fluminense (UFF);
- Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ);
- Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz);
- Fundação Getúlio Vargas (FGV);
- Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (da Marinha)


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