Folha de S. Paulo


Americana vence evento-teste da Rio-2016; espanhol é 1º no masculino

Antonio Lacerda/Efe
A atleta norte-americana Gwen Jorgensen celebra a vitória após cruzar a linha de chegada
A atleta norte-americana Gwen Jorgensen celebra a vitória após cruzar a linha de chegada

A norte-americana Gwen Jorgensen venceu o evento-teste do triatlo olímpico na manhã deste domingo (2) no Rio. Líder do circuito mundial, com 12 vitórias consecutivas, ela percorreu o circuito carioca em 1h56m46s.

Jorgensen contou que não se incomodou com a qualidade da água da praia de Copacabana. Ela disse que a água estava ótima. A surpresa foi a empolgação do público.

"É necessário para o atleta ter todo esse apoio das pessoas", disse Jorgensen, dona do maior recorde de vitórias do Campeonato Mundial de Triatlo. A americana também tem mais pódios no mundial do que qualquer outra competidora.

As britânicas Non Stanford e Vicky Holland ficaram, respectivamente, com o segundo e terceiro lugares na prova. As três primeiras da prova garantiram classificação para os Jogos Olímpicos do Rio.

A melhor brasileira foi Pamela Oliveira, em 15º lugar.

Outras cinco brasileiras participaram da disputa. Beatriz Neres, a segunda brasileira melhor colocada, chegou na 50ª posição e ficou satisfeita por ter competido em casa.

"A gente faz o circuito do mundial, então competimos no Japão, na China, na Austrália, e a gente escuta só inglês. Aqui a cada volta era uma emoção. Eu não sei de onde eu tirava forças", disse ela.

Durante a prova, os triatletas que completaram o percurso percorreram 1,5km de nado, 40km de ciclismo e 10km de corrida, o dobro da distância dos paratletas do sábado (1).

Eles tiveram alguns obstáculos inusitados para o triatlo: primeiro, a corrida pela areia até o mar – e não por uma plataforma fixa, como é praxe no esporte –, que diminui a velocidade de entrada e saída da água; segundo, a força das correntes marinhas de Copacabana – em 2012, em Londres, por exemplo, a disputa de triatlo ocorreu em um rio artificial de águas calmas; e, terceiro, as ladeiras no percurso de ciclismo – também ausentes nas últimas Olimpíadas, podem fazer as bicicletas chegarem a uma velocidade de 80km/h.

As Olimpíadas de 2016 vão ser a quinta da história em que vai haver triatlo. A primeira edição foi em 2000, em Sydney, na Austrália.

Mesmo sabendo do evento-teste das Olimpíadas, a executiva Risoletta Miranda saiu de casa, na Lagoa, rumo à Copacabana para o stand up paddle. Ela não imaginava que as estruturas montadas para o triatlo, de tão grandes, comprometeriam o exercício. Mas Miranda aceitou sem remorsos o sacrifício da atividade física, pois para ela testar as instalações do Rio 2016 são imprescindíveis.

"Testar é fundamental. Nós nunca fizemos uma Olimpíadas, e precisa fazer para saber fazer. E o melhor de tudo é que eventos como esse colocam a gente no clima. Acho que o espírito olímpico já me pegou", disse ela.

Para reforçar a segurança e a organização do tráfego, a guarda municipal, responsável pelo controle urbano e pelo trânsito, aumentou seu expediente para 600 agentes (eram 430 nas competições de paratriatlo). Equipes da tropa de choque da Polícia Militar, do Grupo de Operações Especiais (GOE) e do Grupo Especial de Praia (GEP) circulavam pela orla de Copacabana. Um helicóptero fazia o patrulhamento aéreo da competição.

O bloqueio urbano do dia anterior (1º) para o Circuito Mundial de Paratriatlo foi ainda reforçado neste domingo (2). A avenida Atlântica continuou interditada nos dois sentidos entre a Francisco Otaviano e a Figueiredo de Magalhães. As ruas Djalma Ulrich, Miguel Lemos, Gastão Bahiana, Persy Murray, Presidente Afonso Lopes, e a avenida Epitácio Pessoa, entre a Gastão Bahiana e a avenida Henrique Dortsworth, também tiveram o trânsito bloqueado. Nem os moradores puderam circular de carro nesse perímetro. Para melhorar a mobilidade do público até o evento, o MetrôRio começou a operar uma hora mais cedo, às 6h.

Quem não se animou com a festa foram os comerciantes próximos ao Forte de Copacabana. O evento-teste da Copa ocupou toda a areia em frente as instalações, e os banhistas preferiram ficar ao lado esquerdo da praia, no sentido Leme. Muitas das barracas foram deslocadas dos pontos tradicionais e realocadas, o que deixou os comerciantes mais próximos do que de costume.

"O fiscal vem aqui com uma ordem da prefeitura. Aí é aquela história, manda quem pode e obedece quem tem juízo", disse um comerciante que não quis se identificar.

MASCULINO

O espanhol Javier Gomez Noya ganhou na tarde deste domingo a prova masculina de triatlo olímpico no Rio.

Ele completou a prova em 1h48m26s. O francês Vincent Luis e o sul-africano Richard Murray completaram o pódio. Luis ficou em segundo. Murray terminou em terceiro.

O trio garantiu a classificação para os Jogos Olímpicos do Rio.

"Está tudo impecável, me sinto como se estivesse em casa", disse Noya, que já havia vencido um evento-teste em 2007. O melhor brasileiro foi Danilo Pimentel, em 32º lugar.

Durante a prova, os triatletas que completaram a o percurso percorreram 1,5km de nado, 40km de ciclismo e 10km de corrida, o dobro da distância dos paratletas do sábado (1). Na prática, foram oito voltas de bicicleta em um circuito que ia da orla de Copacabana até a Lagoa Rodrigo de Freitas e depois retornava. Por último, foram mais quatro voltas correndo pela avenida Atlântica.


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