Folha de S. Paulo


Candidatura de Platini à Fifa deve ser confirmada a federações nesta quarta

Georg Hochmuth/Efe
O presidente da Uefa, Michel Platini, discursa após ser aclamado para terceiro mandato
O presidente da Uefa, Michel Platini, em um discurso

O ex-jogador francês Michel Platini deve anunciar nos próximos dias sua candidatura à presidência da Fifa nas eleições marcadas para 26 de fevereiro.

A decisão de ser candidato já teria sido tomada pelo hoje presidente da Uefa, entidade que dirige o futebol europeu e sua oficialização dependeria agora da consolidação de alguns apoios de federações estratégicas.

A especulação sobre o assunto aumentou depois que reportagem do site da revista francesa "Le 'Equipe" afirmou nesta terça-feira (28) que Platini não tem mais dúvidas sobre a candidatura.

Uma fonte próxima ao jogador confirmou à Folha que a decisão sobre o assunto deve ser tomada nesta semana e anunciada até a próxima.

A expectativa é que o ex-jogador francês envie uma carta às federações a partir desta quarta (29) manifestando o desejo de concorrer à sucessão de Joseph Blatter.

Platini quer fechar a "conta" antes de se colocar na disputa. Ele busca o apoio de pelo menos quatro das seis confederações continentais: Uefa, Concacaf (América Central e Caribe), Conmebol (América do Sul) e Ásia - todas, juntas, somam 144 das 209 federações com direito a voto. Faltaria o apoio de África e Oceania.

O fato de Conmebol apoiar Platini não significa, automaticamente, que a CBF também votará no francês. O presidente da entidade brasileira, Marco Polo del Nero, está desgastado com os colegas sul-americanos e ainda não sentou para conversar com Platini já que evita deixar o Brasil desde o estouro do escândalo de corrupção na Fifa, no fim de maio.

A data da eleição em fevereiro foi anunciada na semana passada pelo Comitê Executivo da Fifa. A votação foi convocada após a decisão do presidente da entidade, Joseph Blatter, de deixar o cargo em meio ao escândalo de corrupção que levou à prisão de sete cartolas, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin.

Blatter continua no posto até o dia da eleição e deve buscar um nome capaz de disputar com Platini, caso o nome do francês se confirme.

O escândalo enfraqueceu o poder político das entidades Conmebol e Concacaf, histórica aliadas de Blatter. Foco das investigações conduzidas pelas autoridades dos Estados Unidos, as duas confederações têm negociado com Platini como forma de tentar resgatar o prestígio no cenário mundial. Por outro lado, a Uefa quer retomar o poder perdido na Fifa desde 1974, quando o brasileiro João Havelange assumiu o poder.

O nome do presidente da Uefa havia surgido durante o processo de candidatura da eleição vencida por Blatter em maio deste ano, mas ele declinou por não querer disputar com o dirigente suíço. Agora, com Blatter fora do jogo, o caminho está mais livre para Platini concorrer.

O prazo para registro de candidaturas é 26 de outubro, quatro meses antes da eleição. O príncipe da Jordânia, Ali bin Al-Hussein, derrotado por Blatter em maio, cogita disputar, mas perdeu fôlego e, sobretudo, seu principal apoio: a Uefa.


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