Folha de S. Paulo


Valcke diz que deve deixar a Fifa após a eleição marcada para 2016

O secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, afirmou nesta sexta-feira (24) que deverá deixar o seu cargo logo após as eleições para a presidência da entidade, marcada para o dia 26 de fevereiro.

A nova eleição foi marcado após o atual presidente da Fifa, Joseph Blatter, renunciar ao cargo em meio ao escândalo que levou à prisão de sete cartolas, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin.

"Sim, o próximo presidente da Fifa deve ter um novo secretário-geral", disse Valcke durante entrevista na Rússia, onde no sábado será realizado o sorteio para as eliminatórias da Copa do Mundo-2018. "O que farei depois? Tenho a sorte de ter uma vida particular", acrescentou.

O dirigente afirmou também que não se sente responsável pela situação da Fifa, que está mergulhada no escândalo de corrupção. "Não acho que eu seja responsável, faço parte da administração da Fifa e estou orgulhoso do que fizemos nos últimos anos", disse.

No início de junho, uma carta divulgada pelo canal sul-africano SABC, mostrou que o secretário-geral da Fifa recebeu o pedido de repasse de US$ 10 milhões (R$ 32 milhões) que as autoridades americanas alegam ser propina de esquema de corrupção no futebol.

Segundo documento divulgado, Valcke recebeu uma solicitação por escrito no dia 4 de março de 2008 do ex-presidente da Associação de Futebol Sul-Africana, Molef Oliphant, pedindo a transferência desse montante para Jack Warner, então presidente da Concacaf, a Confederação de Futebol das Américas do Norte e Central. 

As autoridades americanas apontam que esse dinheiro foi usado para comprar votos a favor da candidatura da África do Sul à Copa de 2010.

Procurada pela Folha para comentar a carta, a Fifa afirma que o documento não contradiz sua versão sobre o episódio. 

Valcke, que ficou mais conhecido no Brasil após afirmar que o país deveria receber um chute no traseiro em razão dos atrasos na preparação para a Copa do Mundo-2014, afirmou também que a Fifa vai se reunir com os principais parceiros comerciais no próximo mês, após três grandes patrocinadores aumentarem a pressão por reformas na organização responsável pelo futebol mundial após o escândalo de corrupção.

"Claramente, há um número de patrocinadores, principalmente três, que são Coca-Cola, McDonald's e Visa, que expressaram e enviaram uma carta à Fifa, pedindo informaçõe. Dois ou três dias atrás recebemos uma carta de todos eles oferecendo um encontro conjunto, então haverá um encontro no próximo mês", disse Valcke citando as reformas que serão feitas na entidade.


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