Folha de S. Paulo


Sem viajar, Del Nero pode perder vaga em comitê da Fifa

A insatisfação da cúpula da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) com a ausência de Marco Polo Del Nero em eventos internacionais pode até render a exclusão do brasileiro como representante da entidade no Comitê Executivo da Fifa.

A Folha apurou que, caso Del Nero continue não viajando a eventos da Fifa, membros da confederação poderão recorrer ao artigo 45, quarto parágrafo, do estatuto da organização.

O texto prevê a convocação de reunião extraordinária de seu congresso para definir a substituição de um de seus membros do Comitê Executivo da Fifa. É preciso que oito das dez federações filiadas votem a favor da alteração.

Essa insatisfação já chegou aos ouvidos de Del Nero. A data-chave para os membros da Conmebol solicitarem a reunião extraordinária será se ele não viajar para a reunião do Comitê Executivo do fim de setembro, em Zurique.

Por meio de sua assessoria, Del Nero informou que não comentaria o assunto.

O presidente da CBF é membro da cúpula da Fifa desde março de 2012, mas desde 27 de maio, quando eclodiram as prisões de cartolas suspeitos de receber propinas para fechar acordos com empresas de marketing esportivo, ele tem evitado viajar para fora do Brasil para ir a eventos da entidade.

No dia 28 de maio, um dia depois de seu vice na CBF José Maria Marin ser preso, Marco Polo Del Nero voltou ao Brasil e não participou da eleição de Joseph Blatter para outro mandato na Fifa.

Depois, Del Nero não foi à Copa América do Chile, ao Mundial de Futebol de Areia de Portugal, modalidade da qual preside o comitê da Fifa, e, na segunda (20), à reunião extraordinária do Comitê Executivo que definiu nova data de eleição da Fifa.

Os outros dois representantes da Conmebol,o paraguaio Juan Ángel Napout e o colombiano Luis Bedoya, estavam presentes –Del Nero foi o único dos 27 membros do comitê que não foi.

À Fifa Del Nero explicou que não poderia viajar porque precisava acompanhar os desfechos da MP do Futebol e da CPI aberta no Senado para investigar a CBF.

Os indiciados


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