Folha de S. Paulo


São Paulo tem dinheiro de venda de Souza penhorado para pagar dívida

José Patrício - 29.jun.03/Folhapress
Jorginho Paulista durante partida do São Paulo contra o Palmeiras, em Campinas em 2003
Jorginho Paulista durante partida do São Paulo contra o Palmeiras, em Campinas em 2003

A 11ª Vara Civil do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou nesta terça-feira (21) que o valor que o São Paulo receberá pela venda do volante Souza ao Fernebahce, da Turquia, seja penhorado para o pagamento de uma dívida do clube tricolor com a empresa Prazan Comercial Ltda.

A dívida atualmente é de R$ 1.195.870,15, e corresponde a comissão pela contratação do lateral Jorginho Paulista, em 2002. Na época, a comissão era de R$ 732 mil.

O valor que o São Paulo receberá pela venda negociação do volante Souza é superior: quase R$ 10 milhões. A decisão cabe recurso.

Este é mais um capítulo de uma longa disputa entre São Paulo e a Prazan. O processo está na Justiça desde 2006. O São Paulo recorreu em todas as instâncias cabíveis, mas foi condenado pela Justiça a pagar a quantia.

Há uma multa de 10% a cada mês de atraso, além de juros e correção monetária.

Na última quarta-feira (15), a Justiça autorizou o bloqueio de R$ 1.924.230,52, valor que estava disponível na conta do São Paulo, para pagamento de outra parte dívida.

Há também uma ordem da Justiça para que os valores das negociações dos volantes Denilson (vendido ao Al Wahda) e Paulo Miranda (Red Bull Salzburg) sejam depositados em juízo assim que entrarem no país. A soma do valor das vendas deles também supera o saldo da dívida: R$ 19 milhões.

É a terceira vez que o São Paulo terá receitas penhoradas para pagar a empresa. Além do bloqueio da venda dos jogadores, a renda de São Paulo x Cruzeiro, pelas oitavas de final da Copa Libertadores, foi penhorada em maio.

No mês passado, a Justiça também determinou a penhora da venda de Rodrigo Caio, mas a venda para o Valencia não foi concretizada.

O São Paulo tem ainda outra dívida para administrar. Essa é mais recente e tem a ver com o empréstimo do meia Kaká pelo Orlando City, em 2014.

ENTENDA O CASO

O então presidente Paulo Amaral, que comandou o clube entre abril de 2000 a abril de 2002, foi responsável pela contratação de Jorginho Paulista.

Na época, a Prazan ajudou o São Paulo a contratar o jogador após acordo com a Udinese, da Itália, clube que tinha o vínculo com o atleta.

A comissão acertada entre as parte foi de R$ 732 mil, mas o São Paulo não pagou até o prazo em contrato, 5 de outubro de 2002.

Mas quem acabou herdando a contratação e a dívida foi a gestão de Marcelo Portugal Gouveia, presidente entre abril de 2002 e abril 2006.


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