Folha de S. Paulo


Ausência de Del Nero em comitê da Fifa irrita Conmebol

A reunião feita pelo Comitê Executivo da Fifa foi considerada uma das mais importantes da história da entidade, mas o futebol brasileiro ficou de fora dela.

O presidente da CBF, Marco Polo del Nero, foi o único ausente entre os 27 membros do órgão, responsável pelas decisões mais relevantes do futebol mundial, como a organização de torneios, a definição do processo eleitoral, entre outras coisas.

Del Nero evita sair do Brasil desde que abandonou o congresso da Fifa na Suíça em 28 de maio, dia seguinte à operação que prendeu os cartolas, entre eles seu antecessor, José Maria Marin.

As investigações nos Estados Unidos, que levaram os dirigentes à cadeia, apontam indícios de envolvimento de Del Nero num esquema de propina em contratos de direitos de competições.

O presidente da CBF já havia se ausentado de uma reunião do Comitê Executivo, realizada no dia 30 de maio, na Suíça.

Agora, faltou novamente a um encontro, considerado mais importante.

O gesto causou perplexidade e irritação por parte dos membros da Conmebol, que dirige o futebol sul-americano e que o indicou para uma das três vagas a quem tem direito no órgão.

A ausência na reunião enfraquece e isola não só a CBF (e o futebol brasileiro) nos bastidores da cartolagem internacional como também a Conmebol, comandada pelo paraguaio Juan Angel Napout, presente em Zurique.

Em tese, a Conmebol pode substituir Del Nero no comitê se ele renunciar às atividades da CBF, o que, por enquanto, parece distante de ocorrer. Além do brasileiro e de Napout, o outro representante é o colombiano Luis Bedoia.

Questionado sobre a ausência do brasileiro, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, mostrou indiferença ao cartola da CBF. Disse que só cabe a ele explicar os motivos de não ter ido à Suíça.

"Todos os membros foram convidados, e um não veio, o presidente da confederação brasileira. Mas isso não teve influência nas decisões do comitê", disse.

Numa carta enviada à Fifa, Del Nero alegou que não poderia viajar por causa da abertura da CPI para investigar a CBF no Senado e a medida provisória que parcelou a dívida dos clubes. Afirmou, no fim de semana, que sua ausência não prejudica o futebol brasileiro.

Os indiciados


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