Com os olhos do "comandante Hugo Chávez" bordados na perna, a ex-ministra do Esporte da Venezuela, Alejandra Benítez, 35, conquistou nesta segunda-feira (20) a medalha de prata na esgrima, no sabre individual, nos Jogos Pan Americanos de Toronto.
A esgrimista é uma espécie de celebridade político-esportiva. Com três Olimpíadas na carreira, duas medalhas no Pan de Guadalajara-11, ela já fez um ensaio sensual e é deputada desde 2010.
Militante desde os 21, ela combina a carreira esportiva com a política. Ela assumiu o ministério do Esporte em abril de 2013, mas saiu logo no início de 2014, retomando seu cargo na Assembleia Nacional.
"Não é fácil. Mas estou acostumada. Tenho mais de 12 anos na vida política do meu país. Estou desde muito cedo no meu partido. Muitos atletas também tem sua profissão. Esta é a minha profissão. É parte da minha vida", disse ela, que ainda busca uma vaga para a Olimpíada de 2016, no Rio.
Benítez não esconde a admiração ao presidente Hugo Chávez, morto em 2013. Ela bordou os olhos do líder venezuelano na calça de seu uniforme. Foi com ele que perdeu a final para a norte-americana Dagmara Wozniak.
Ela se classifica como uma militante do PSUV aberta ao diálogo. Questionada sobre a situação política de seu país, onde dois líderes da oposição estão presos, ela foi econômica no comentário.
"Não gosto muito de falar sobre isso neste espaço onde estou. O país deve ser mais aberto às críticas, à opção de nos ajudar uns aos outros. Há uma situação real no país, uma guerra econômica planejada há muitos anos. É esta guerra constante. Mas neste espaço sou uma atleta que representa a todos os venezuelanos", disse Benítez, formada em odontologia.
Apesar da militância, ela diz contar com o apoio de todos os venezuelanos.
"É uma motivação trabalhar pelo país. Apesar de ser de um partido de esquerda, muita gente da direita me apoia pela minha condição de atleta. Sou muito aberta às críticas."
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Crédito: Editoria de Arte/Folhapress
