Folha de S. Paulo


Bradesco e Nike vão pagar dívida para basquete brasileiro estar na Rio-2016

Os dois patrocinadores privados da CBB (Confederação Brasileira de Basquete) vão pagar a dívida do país com a Fiba (federação internacional da modalidade) e, assim, garantir as vagas das seleções nacionais nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

A informação foi confirmada à Folha por um integrante da alta cúpula da Fiba, que está otimista em relação à decisão que será tomada em 8 de agosto, em Tóquio, pelos 26 membros do conselho da entidade que comanda o basquete mundial.

Por causa dessa dívida, a Fiba ainda não confirmou as vagas do Brasil na Rio-2016 —às quais teria direito por ser país-sede da competição.

Os valores não são revelados, mas ainda falta pagar cerca de US$ 700 mil (mais de R$ 2 milhões) referente ao convite que o país recebeu para jogar o Mundial da Espanha, em 2014 (pois não conseguiram a classificação, em quadra, na Copa América).

Não há um brasileiro sequer entre os 26 dirigentes que decidirão entre a classificação direta das seleções masculina e feminina aos Jogos de 2016 ou a participação nos pré-olímpicos continentais que serão disputados de 9 a 16 de agosto (feminino) e de 31 de agosto a 12 de setembro (masculino).

O Brasil precisa apenas da maioria simples do conselho, ou seja, 14 votos, para obter a vaga.

Este sistema deixa a alta cúpula da Fiba, que acredita na presença do Brasil nos Jogos em casa, otimista.

O fator determinante foi a proposta de pagamento apresentada em reunião do último sábado (18), em Toronto, durante os Jogos Pan-Americanos.

Estavam presentes no encontro o presidente do comitê organizador da Rio-2016 e do Comitê Olímpico do Brasil, Carlos Arthur Nuzman, e o mandatário da CBB, Carlos Nunes. Ambos explicaram aos cartolas da Fiba que o governo brasileiro não poderia arcar com custos, porque não teria como explicar isso em prestação de contas.

Em contato com a Folha, o Bradesco disse que "não irá comentar o assunto." Já a Nike respondeu que "não divulga informações de contrato respeitados por cláusulas de confidencialidade."

A CBB fechou 2014 com déficit de aproximadamente R$ 13 milhões. A entidade está em negociações avançadas para ter os Correios como um de seus patrocinadores (em substituição à Eletrobras).


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