Folha de S. Paulo


Após prisão de Marin, Del Nero evita viagens e não irá à reunião da Fifa

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, não vai participar da reunião extraordinária da Fifa na próxima semana. O dirigente decidiu ficar no Brasil e já enviou uma documento aos cartolas da Fifa justificando a sua ausência.

Integrante do comitê executivo da entidade mundial, Del Nero era aguardado na reunião, que decidirá a sucessão de Joseph Blatter. A nova eleição deve acontecer entre dezembro deste ano e março de 2016.

O dirigente suíço renunciou à presidência da Fifa em meio ao maior escândalo da história do futebol mundial. Em maio, o ex-presidente da CBF José Maria Marin, 83, e outros seis dirigentes da Fifa foram detidos pela polícia suíça em uma operação surpresa, realizada a pedido das autoridades dos Estados Unidos.

Os cartolas são investigados pela Justiça americana em um suposto esquema de corrupção.

Um dia depois das prisões, Del Nero deixou a Suíça com destino ao Brasil, e não participou do pleito que reelegeu Blatter. O presidente da CBF tinha pressa em tentar desarticular a CPI do Futebol, instalada na última terça-feira (14) pelo Senado e que o tem como seu principal alvo.

Assim como outros dirigentes que estão na mira da Justiça dos Estados Unidos, Del Nero optou por ficar no Brasil desde então, de onde dificilmente seria forçado a sair. Por isso, por exemplo, ele não acompanhou ao vivo nenhum jogo da Copa América.

Del Nero é suspeito de participar do esquema de corrupção, que levou Marin a ser preso.

Blatter renunciou ao cargo quatro dias após ser eleito para um mandato que duraria até 2019 —ocupava o cargo há 17 anos.

No documento enviado aos cartolas da Fifa, o presidente da CBF alegou que a abertura da CPI para investigar a entidade e a Medida Provisória que parcelou a dívida dos clubes o impedem de se ausentar do Brasil.

"Tais situações exigem minha presença e participação", justificou Del Nero.

Os indiciados


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