Folha de S. Paulo


Após aperto em 2011, brasileiro junta R$ 42 mil para ver o Pan com amigos

Marcel Merguizo/Folhapress
Josafá, com a camisa do Flamengo, ao lado do filho e amigos no Pan de Toronto
Josafá, com a camisa do Flamengo, ao lado do filho e amigos no Pan de Toronto

Há quatro anos, o bancário Josafá Granjeiro Ferreira, 47, nem sequer avisou a família que iria para Guadalajara, no México, assistir ao Pan. Viajou, sem ingresso algum, sofreu para consegui-los mas conseguiu assistir à diversas disputas e finais dos Jogos.

Voltou a Imperatriz, no Maranhão, contando "todas as aventuras" para os amigos. E os convenceu a estar em Toronto quatro anos depois.

Junto com mais dois colegas de trabalho na Caixa, decidiram abrir uma conta. Faltavam 40 meses para o Pan e a arrecadação começou com R$ 200 por mês. Ao todo, juntaram R$ 42 mil para pagar viagem, hospedagem e dezenas de ingressos para os três.

Josafá ainda levou um dos filhos para Toronto e o outro, acompanhado de sua mulher, chegam ainda nesta semana.

Para o Pan de 2019, ele já convenceu três novos amigos a ir a Lima, no Peru.

"A gente só leva da vida o que se vive. Caixão não tem gaveta. O que a gente vive aqui, essa experiência, ninguém tira", diz Josafá.

Na última segunda-feira (13) eles estavam em Mississauga comemorando o ouro de Tiago Camilo, no judô.

Ele e os bancários Francisco Leal de Souza, 50, Margareth Maciel Rodrigues, 54, do filho Tiago Moura Ferreira, 23, e do aposentado Walter Roberto, 61, seguravam com orgulho a bandeira do Brasil com uma mensagem convidando os canadenses a irem aos Jogos Olímpicos do Rio.

Para a Olimpíada, ele já comprou ingressos para 15 sessões, entre elas a final dos 100 m rasos do atletismo.

Em Toronto ainda vai ver prova de natação, atletismo, ginástica, a cerimônia de encerramento, finais do handebol, vôlei e do basquete.

Tudo começou em 2004, quando decidiu torcer para o Brasil na Olimpíada de Atenas. Queria ir para Pequim-2008, mas o valor total da viagem ficou o mesmo que gastaria para levar a família toda (mulher e dois filhos) para ver o Pan do Rio, em 2007. Foi o que fez.

Josafá não foi atleta, não tem parente jogador ou técnico e nem sequer tem familiares nos países para onde viaja. Mas é nome certo na delegação brasileira onde quer que ela esteja disputando medalhas, mesmo que a convocação seja ele mesmo que faça.


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