Folha de S. Paulo


Brasil perde bronze, e CBJ não cumpre meta de 100% de medalhas no judô

O judô segue como principal fonte de medalhas para o Brasil no Pan de Toronto, mas os resultados obtidos no tatame não agradam nem mesmo dentro da seleção brasileira.

Neste domingo (12), Charles Chibana conquistou um ouro na categoria meio-leve (até 66 kg) e Rafaela Silva, um bronze na leve (até 57 kg).

O quinto lugar de Alex Pombo no peso leve (até 73 kg), porém, já deixa o país aquém da meta estabelecida pela confederação brasileira (CBJ). A entidade havia fixado como objetivo ir ao pódio nas 14 divisões de peso em disputa.

"Esperávamos mais, com certeza, em termos de qualidade. Mas é preciso reconhecer que os outros países também querem vencer e vieram com vontade de ir ao pódio", afirmou o técnico da equipe masculina, Luis Shinohara.

O judô é considerado pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) o carro-chefe do país para os Jogos do Rio –a meta é ganhar ao menos quatro medalhas em 2016. A CBJ investe cerca de R$ 145 mil por ano em cada atleta da seleção.

No Pan de Guadalajara, há quatro anos, os comandados de Shinohara tiveram um desempenho quase 100%: faturaram seis de sete ouros possíveis. A marca já não pode mais ser repetida.

O time feminino, que em 2011 deixou o México sem nenhum ouro, quebrou o jejum com Érika Miranda, que venceu a categoria meio-leve (até 52 kg). O insucesso de Rafaela Silva neste domingo, porém, teve um quê de anticlímax.

Campeã mundial em 2013, Rafaela perdeu a semifinal do Pan para a canadense Catherine Pinard-Beauchemin.

Na disputa pelo bronze, contra a venezuelana Anriquelis Barrios, sofreu corte profundo na boca, mas triunfou.

A frustração no tatame foi aplacada pelo título de Charles Chibana, 25. O paulistano foi motivado por oito familiares que vieram a Toronto, entre eles seu pai e sua mãe.

A união é um dos predicados dos Chibana. Praticamente toda a família vive no mesmo prédio, na Vila Carrão, na zona oeste de São Paulo –exceto o próprio Charles, que se mudou para próximo do Esporte Clube Pinheiros, onde treina.

"De degrau em degrau eu venho escalando. Bati na trave algumas vezes, mas essa medalha pode representar muito para mim até a Olimpíada do Rio", disse o judoca, um dos talentos da nova geração.


Endereço da página:

Links no texto: