Folha de S. Paulo


Fora da disputa pelo ouro, técnico da ginástica reclama de tablado do Pan

Após perder a chance de ouro por equipes no Pan de Toronto, no Canadá, o técnico da seleção masculina de ginástica artística, Marcos Goto, reclamou do tablado usado na competição.

"O tablado é diferente do que estamos acostumados no Brasil. É mais duro, os atletas têm que fazer mais força e chegam cansados no fim da apresentação [do solo]", afirmou, ao justificar o mal desempenho da equipe no solo.

O chefe do time brasileiro de ginástica artística no Pan, Leonardo Finco, afirmou à Folha que este novo modelo de tablado já foi pedido ao Comitê Olímpico do Brasil (COB), mas ainda não foi comprado.

"Não é desculpa, ele não é ruim, mas todos ainda têm que se adaptar a esse tablado. A Gymnova [fabricante] fez este modelo diferente neste ano e nós ainda não tínhamos treinado nele. Já fizemos o projeto e pedimos para o COB colocar um dentro do CT no Rio. Esperamos que chegue em breve", disse Finco.

Para o Mundial de outubro, na Escócia, o Brasil vai fazer os últimos treinamentos em Anadia, em Portugal, onde o tablado usado para o solo já é neste modelo com molas mais duras. Segundo Finco, nem mesmo os norte-americanos, que devem ser ouro no Pan, têm esse modelo em seu centro de treinamento. O Brasil se preparou para o Pan de Toronto em Colorado Springs, junto com a seleção dos Estados Unidos.

ERROS

Foram os erros no solo, aparelho que já deu ao Brasil dois títulos mundiais, que tiraram do país a chance de ouro por equipes no Pan de Toronto. O time alcançou o título inédito em Guadalajara-2011.

Sem o especialista Diego Hypolito (contundido), os quatro brasileiros que competiram no solo cometeram algum erro no aparelho.

Lucas Bitencourt caiu sentado, Arthur Zanetti e Arthur Nory Mariano pisaram fora da área demarcada do tablado, Caio Souza além do pé fora da marcação se desequilibrou nas acrobacias. Francisco Barreto Júnior não competiu no solo.

Assim, o país teve seu pior desempenho do dia neste aparelho, o que levou a equipe para a segunda colocação, atrás dos Estados Unidos, que competiram com três ginastas medalhistas de bronze no Mundial de 2014, na China.

Nos outros aparelhos, os destaques brasileiros foram Caio Souza nas barras paralelas e salto, Nory na barra fixa, Francisco Barreto Júnior no cavalo com alças e, claro, o campeão olímpico e mundial Zanetti nas argolas.

Neste primeira rotação, competiram, além do Brasil, as seleções dos Estados Unidos, Canadá, Porto Rico e Colômbia. No início da noite deste sábado ainda fazem suas apresentações nos seis aparelhos as equipes de Argentina, Chile, Cuba, México e Venezuela. Só então serão conhecidos os medalhistas.


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