Folha de S. Paulo


Velejador 'de fim de tarde' é recordista no Pan-Americano

Gaspar Nobrega/Inovafoto
O velejador Cláudio Biekarck em treino em Toronto, onde é realizado o Pan-2015
O velejador Cláudio Biekarck em treino em Toronto, onde é realizado o Pan-2015

Quando começar a velejar no lago Ontário, em Toronto, o velejador Cláudio Biekarck, 64, vai atuar como faz na represa de Guarapiranga, em São Paulo, todo fim de tarde. Mas a sua participação nos Jogos Pan Americanos neste domingo (12) será um marco histórico para ele.

Biekarck se tornará o brasileiro com maior número de participações em Pans. Será a nona vez que representará o país na "Olimpíada das Américas", superando o atirador Durval Guimarães, com oito. Terá disputado, assim, de metade dos Jogos já realizados –esta é a 18ª edição.

"A vela é um esporte em que a experiência conta muito. A gente veleja numa classe não-olímpica. O grau de profissionalismo é bem inferior", disse Biekarck.

Ele divide o barco, na classe Lightning, com Gunnar Ficker (parceiro desde 83), e Maria Hackerott.

A disputa em Toronto poderia ser a décima de Biekarck, já que sua modalidade foi retirada de Santo Domingo-2003.

Apesar de considerar o esporte um hobby, Biekarck é um atleta vencedor. Conquistou medalhas em todas as edições do Pan (um ouro, três pratas e quatro bronzes), sendo o nono maior medalhista do país. Ele ficou em quarto em duas disputas olímpicas, pela classe Finn, além de ter conquistado o vice-campeonato mundial em 2011.

"Quando disputei minhas Olimpíadas, profissionalismo era até proibido. Os profissionais da vela eram os europeus", conta.

Biekarck foi o primeiro treinador de Robert Scheidt, maior medalhista olímpico do país ao lado de Torben Grael.

O velejador aponta o Pan de Havana-1991 como um dos melhores que já disputou. Dono de uma empresa de assessoria financeira, Biekarck procura velejar todo dia por duas horas na represa.

Sem treinador ou objetivos esportivos –como faz questão de ressaltar no seu perfil oficial no site do COB (Comitê Olímpico Brasileiro)– ele diz que a disputa na edição de Toronto será dura.

"Acho que vai ser um dos Pans mais difíceis. Temos adversários fortes do Chile e Argentina", afirma.


Endereço da página: