Folha de S. Paulo


Mulheres do judô tentam encerrar jejum nos Jogos

Maxim Shipenkov/Efe
A judoca brasileira Mayra Aguiar celebrando vitória em competição realizada na Rússia, em 2014
A judoca brasileira Mayra Aguiar celebrando vitória em competição realizada na Rússia, em 2014

Nos últimos cinco anos, o judô feminino brasileiro ficou "mal acostumado". Depois de décadas à sombra dos homens, o time obteve um ouro olímpico e dois em Mundiais.

Em meio à trajetória ascendente, porém, houve um dissabor. Há quatro anos, no Pan de Guadalajara, essa geração sofreu seu maior revés. Deixou os tatames sem qualquer ouro e viu o sexo oposto ir ao topo do pódio seis vezes.

A partir deste sábado (11), com o início do Pan de Toronto, no Canadá, a intenção é "apagar" 2011 da lembrança.

"[Guadalajara] não foi o resultado esperado, mas demos a volta por cima na Olimpíada de Londres [2012], com duas medalhas. Não acho que há um sentimento de vingança", afirmou Rosicleia Campos, técnica da seleção.

"Porém, temos um compromisso de conquistar 14 medalhas, das quais sete no feminino", complementou.

Em Guadalajara, a equipe, que tem investimento anual de cerca de R$ 3 milhões da confederação brasileira, obteve seis pódios, com duas pratas e quatro bronzes.

Principal nome da equipe feminina, Mayra Aguiar ficou "frustrada" com o desempenho em Guadalajara. Atual campeã mundial e medalhista olímpica na categoria até 78 kg, teve de se contentar com o terceiro lugar em 2011.

"Fiquei com uma sensação ruim [em 2011]. A medalha de ouro [agora] é uma meta", disse a gaúcha à Folha.

Em Toronto, Mayra deve ter pela frente a americana Kayla Harrison, atual campeã olímpica e sua principal rival nos últimos anos. "Tenho respeito por ela, mas há existe rivalidade. Vamos nos rever e vou tentar vencê-la."
Com um currículo recheado, ainda falta à brasileira um ouro em Pan. Ela foi prata nos Jogos do Rio, em 2007.

Neste sábado (11), três brasileiras vão ao tatame para encerrar o jejum de ouros em Pan. A eliminatória começa às 16h35 (de Brasília).

Nathália Brígida, que substitui a campeã olímpica Sarah Menezes, estreia contra a venezuelana Andrea Gomez na categoria ligeiro (até 48 kg).

A chave da competição tem apenas dez atletas, mas uma delas é a argentina Paula Pareto, medalhista olímpica e atual vice-campeã mundial.

Toshifumi Kitamura/AFP
A judoca Érika Miranda, de branco, enfrenta a japonesa Yuki Hashimoto em competição em 2013
A judoca Érika Miranda, de branco, enfrenta a japonesa Yuki Hashimoto em competição em 2013

A situação difere da de Érika Miranda, principal pré-classificada no meio-leve (até 52 kg). Ela vai estrear diante da republicana Maria Garcia.

Érika foi medalhista nos dois últimos Mundiais: prata na Rio-2013 e bronze em Cheliabinsk-2014.

No masculino, Felipe Kitadai defende seu título no peso ligeiro (até 60 kg) de Guadalajara-2011. Bronze olímpico, ele faz a primeira luta contra o vencedor do duelo entre o mexicano Luis Damas e o colombiano John Futtinico.


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