Folha de S. Paulo


Dorival volta após sucessores não repetirem seu retrospecto no Santos

Ricardo Saibun/Santos FC
Dorival Júnior conversa com Marcelo Fernandes após ser confirmado como novo treinador do Santos
Dorival Júnior conversa com Marcelo Fernandes após ser confirmado como novo treinador do Santos

Um empate sem gols com o Guarani, em Campinas, em 19 de setembro de 2010, encerrou a primeira passagem do técnico Dorival Júnior, 53, pelo Santos. Agora de volta ao clube alvinegro, o treinador paulista tem bons motivos para celebrar o acerto.

Dorival ostenta o melhor aproveitamento em relação aos sete técnicos que o sucederam nestes cinco anos.

Em 2010, deixou o clube com 65% dos pontos conquistados. Em 61 jogos, foram 37 vitórias, oito empates e 16 derrotas, além dos títulos da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista.

Depois de Dorival, o Santos teve como comandantes Marcelo Martelotte (2010), Adilson Batista (2011), Muricy Ramalho (2011/2013), Claudinei Oliveira (2013), Oswaldo de Oliveira (2014), Enderson Moreira (2014/2015) e Marcelo Fernandes (desde março deste ano).

Todos eles dirigiram o time por mais de dez jogos.

O segundo melhor em aproveitamento foi de Oswaldo de Oliveira (63,6%), durante uma passagem que durou nove meses e teve como melhor resultado o vice do Paulista-2014. Na sequência, vem Adilson Batista, com 60,6%, mas que deixou o clube após três meses e bastante desgastado.

Muricy Ramalho, o mais vitorioso técnico nesse período –ganhou dois Paulista, uma Copa Libertadores e uma Recopa Sul-Americana–, teve aproveitamento inferior ao do trio: 57,3%. Ele foi também o treinador que durou mais tempo: dois anos e dois meses.

Marcelo Fernandes, que será substituído por Dorival Jr., teve aproveitamento de 51,8% dos pontos nos quatro meses comandando o clube. E ganhou o Campeonato Paulista desta temporada.

O trabalho de Dorival no Santos também é recordado pelo bom futebol exibido pelo time. Comandando Neymar, Robinho e Paulo Henrique Ganso, foram várias goleadas: 10 a 0 no Naviraiense, 9 a 1 no Ituano, 8 a 1 no Guarani, 5 a 0 no Monte Azul, 4 a 0 no Vasco e 3 a 0 no São Paulo.

A saída em 2010 não ocorreu por falta de resultados, mas por problemas fora do campo. A diretoria não aceitou punição de Dorival a Neymar, que havia excluído o atacante do jogo contra o Corinthians, em 22 de setembro de 2010.

Tratava-se de uma punição pelo mau comportamento de Neymar na partida contra o Atlético-GO, na Vila Belmiro, em 15 de setembro.

Na ocasião, ao ser impedido de cobrar um pênalti pelo técnico, o jogador ofendeu Dorival e o zagueiro Edu Dracena, então capitão da equipe.

Neymar foi excluído do jogo contra o Guarani e chegou a se desculpar, mas Dorival manteve a punição. A direção santista, na época sob a presidência de Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, decidiu que o atacante deveria enfrentar o Corinthians. Como não foi atendida, o técnico foi demitido.

Apesar da polêmica, a imagem de Dorival com a torcida santista não foi manchada. Motivo pelo qual ele deve ser bem recebido pelos santistas agora.

EXCEÇÃO

Durante os cinco anos, houve um técnico com melhor aproveitamento que Dorival Júnior no Santos. Foi Marcelo Martelotte, que dirigiu o time por três jogos em março de 2011. Mas ele trabalhou de forma interina, auxiliado por Serginho Chulapa, enquanto a diretoria negociava com Muricy Ramalho.

VEJA O DESEMPENHO DOS TÉCNICOS DESDE 2010

2010
Dorival Júnior, 61 jogos, 37 vitórias, 8 empates e 16 derrotas - 65%

2010
Marcelo Martelotte, 16 jogos, 5 empates e 6 derrotas - 43,7%

2011
Adilson Batista, 11 jogos, 5 vitórias, 5 empates e 1 derrota - 60,6%

2011/2013
Muricy Ramalho, 150 jogos, 72 vitórias, 42 empates e 36 derrotas - 57,3%

2013
Claudinei Oliveira, 41 jogos, 17 vitórias, 12 empates e 12 derrotas - 51,2%

2014
Oswaldo de Oliveira, 44 jogos, 25 vitórias, 9 empates e 10 derrotas - 63,6%

2014/2015
Enderson Moreira, 30 jogos, 16 vitórias, 5 empates e 9 derrotas - 58,8%

2015
Marcelo Fernandes, 27 jogos, 12 vitórias, 6 empates e 9 derrotas - 51,8%


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