Folha de S. Paulo


Na prisão, Marin escreve diário e já emagreceu quatro quilos

Há mais de 30 dias preso na Suíça, o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, escreve um diário na cela e já emagreceu quatro quilos.

A Folha ouviu o relato de quem visitou o cartola no presídio em Zurique sobre as condições em que Marin está e como é sua vida desde o momento em que o prenderam no Baur Au Lac, hotel de luxo na cidade-sede da Fifa.

Naquela manhã do dia 27 de maio, Marin foi abordado em seu quarto por agentes da polícia suíça, do FBI e um intérprete. Logo que foi dada voz de prisão, Marin questionou, mas logo se rendeu.

Também no quarto, sua mulher, Neusa, falou para Marin tomar banho e fazer a barba antes de ir para a prisão. Os agentes esperaram e, enquanto isso, Neusa fez uma pequena mala com roupas.

Um agente disse à mulher do cartola para que fizesse uma mala maior, para mais dias, sem explicar quanto tempo ele ficaria detido.

Após deixar o banheiro, Marin seguiu para o presídio, um local pequeno em Zurique. Na detenção, além do cartola, apenas mais 15 pessoas estão presas –nenhuma delas é dirigente de futebol.

Os outros seis cartolas detidos naquele dia estão espalhados em prisões da Suíça.

O relato de quem viu Marin na cadeia diz que ele está muito emotivo, chora e questiona por que isso aconteceu com ele neste momento.

Nestes 35 dias preso, o ex-presidente da CBF emagreceu quatro quilos e, aos 83 anos, não passou por nenhum problema grave de saúde. Na prisão, ele toma remédio para a pressão e dor de estômago. Médicos do sistema penitenciário suíço tiram sua pressão constantemente.

Recentemente, Marin teve um problema na pele do rosto, e seus advogados levaram uma pomada para tratar.

Ex-esportista e cuidadoso com o corpo, o cartola tem uma hora para banho de sol. Ele usa quase todo o período para caminhar em velocidade no jardim da detenção.

Neste tempo fora da cela, Marin também pode comprar alimentos em uma venda. Ele pode gastar 70 francos suíços (cerca de R$ 230) e compra, entre outros itens, barras de cereal. O dinheiro é levado por seus advogados.

Marin não está usando o macacão fornecido pelo governo suíço. Ele usa camisas polo e calças de agasalho levadas por seus advogados.

Nas 23h em que está na cela, Marin assiste a televisão e escreve. Ele tem uma pasta com uma espécie de diário.

O dirigente já enviou duas cartas para fora da prisão: uma para sua mulher e outra para seu advogado no Brasil. Os dois textos passaram por análise da Suíça e só depois puderam ser encaminhados aos destinatários. Marin já recebeu na prisão 49 cartas de familiares e amigos.

Sem falar inglês, o ex-presidente da CBF se aproximou de um colega de presídio. Conversa diariamente com seu vizinho de cela, um holandês que fala espanhol.

Os indiciados


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