Folha de S. Paulo


Auxiliares dizem que é o momento da seleção brilhar sem Neymar

Pablo Porciuncula/AFP
Taffarel (dir.) caminha com Dunga em direção ao banco de reservas em jogo contra a Venezuela
Taffarel (dir.) caminha com Dunga em direção ao banco de reservas em jogo contra a Venezuela

Brasil sem Neymar, hora do desespero? Para dois membros da comissão técnica de Dunga, não.

Taffarel, preparador de goleiros, e Mauro Silva, auxiliar técnico especial para a competição, acham que o grupo tem talento e que pode mostrar, contra o Paraguai, que dá para jogar sem o camisa 10.

"Neymar é nosso melhor jogador, Seleção sempre tem um nome, mas grandes jogadores estão aqui. Esse jogo é grande chance para esse grupo", disse Taffarel.

Para ele, é um grupo forte psicologicamente, apesar da juventude, e pode superar a suspensão de seu principal jogador, que perderá o restante da competição devido a confusão após o jogo contra a Colômbia. Ele xingou o árbitro Enrique Osses na entrada do vestiário, após o vermelho recebido.

Mauro Silva fazia dupla de volantes da seleção brasileira com Dunga na Copa do Mundo de 1994, quando o Brasil levantou a taça depois de 24 anos.

Mauro, revelado pelo Bragantino, era novato em Mundiais, mas Dunga havia fracassado quatro anos antes, na Itália, um momento que acabou ficando conhecido pejorativamente como "era Dunga", por uma mudança na forma da seleção atuar, com maior poder de marcação.

Depois do 7 a 1, a pior derrota da história da seleção na semifinal da Copa de 2014, Dunga, que reassumiu como treinador, evitou fazer uma revolução no time. A Copa América do Chile começou com sete remanescentes do Mundial passado, mas poderia ser ainda mais, se Luiz Gustavo e Oscar não estivesses machucados.

"O Dunga faz uma renovação mais suave, uma transição mais tranquila, do que aquela que tivemos no início dos anos 90. Não adiante você mudar tudo. A seleção campeão em 2002 era a base que perdeu a final em 98. A que venceu em 94, tinha como base 90. A tendência é essa", disse Mauro Silva, auxiliar técnico especial de Dunga na competição continental.

Mauro Silva faz um trabalho de observação, e passa relatórios ao técnico Dunga e ao coordenador de seleções Gilmar Rinaldi, também campeão em 1994. Para ele, o grupo está aprendendo a jogar contra rivais sul-americanos, ótima preparação para as eliminatórias.

"Tento passar um pouco aos jogadores esse clima de Copa América, que é o que vai se encontrar nas eliminatórias. Vai ser sofrido passar pelas eliminatórias, mas isso com certeza vai fortalecer o grupo", disse Mauro Silva.

O Brasil enfrenta o Paraguai, sábado (27), às 18h30 em Concepción, pelas quartas de final da competição.


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