Folha de S. Paulo


Amigo pede extradição de Marin para o Brasil

Sem consultar José Maria Marin, 83, o advogado criminalista Roosevelt Bormann entrou com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o ex-presidente da CBF seja extraditado para o Brasil e não para os Estados Unidos.

Por telefone, Bormann explicou que a petição protocolada na terça (16) foi motivada pela amizade de 40 anos. No período, afirma, foi assessor de Marin por vários anos durante a "revolução" (ditadura militar), incluindo quando ele assumiu o governo de São Paulo (1982-1983).

"Fiz com a mesma gratidão que um filho faz com o pai", explicou Bormann, 71.

O STF ainda não julgou o pedido, que ficou sob a responsabilidade do presidente, Ricardo Lewandowski.

Delegado aposentado da Polícia Civil, ele mora em São José do Rio Preto, onde advoga –entre os clientes está um ex-policial envolvido com um esquema de caça-níqueis.

No pedido, Bormann argumentou que Marin deveria ser devolvido ao Brasil porque "tem uma história muito grande neste país". Segundo ele, Marin "não é tão trouxa" de se envolver com corrupção e não precisa de dinheiro.

"A família da mulher dele é de uma família portuguesa muito rica e ele teve bons contratos como jogador de futebol no São Paulo", disse.

Marin fez apenas duas partidas oficiais pelo São Paulo, no início dos anos 1950. Jogou também no São Bento, de Marília, e no Jabaquara.

Marin está preso na região de Zurique (Suíça) desde 27 de maio. Segundo a investigação no FBI, ele recebeu milhões de dólares em propina. As provas incluem uma conversa gravada com o empresário José Hawilla em que os dois negociam pagamentos ilegais pelo contrato de transmissão da Copa do Brasil.

Nada abala o amigo: "Eu vou definir: É um cara de um coração... Cuida de todo mundo, esquece de cuidar dele. Leva chapéu de todo mundo, não discute, é uma criança".

Os indiciados


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