Folha de S. Paulo


Sobreviventes da 'era do vale-tudo' revivem rivalidade no Pacaembu

Atleta da época em que o MMA (artes marciais mistas, como é traduzido) ainda era conhecido como "vale-tudo" no Brasil, Jorge Patino "Macaco" enfrenta Celsinho Venícius, no evento Thunder Fight 4, neste sábado (20), no ginásio do Pacaembu. O duelo vale o cinturão leve da organização.

A pesagem oficial aconteceu no início da tarde desta sexta (19), no shopping Pátio Paulista, em São Paulo.

Macaco, 42, completou 23 anos de carreira e alimentou intensa rivalidade com Ryan Gracie, morto há pouco mais de sete anos, que jamais se concretizou dentro do ringue ou octógono.

Neste sábado (20), o veterano enfrenta o multicampeão de jiu-jitsu Celsinho Venicius, pupilo de Gracie, que lidera sua academia até os dias atuais, e está invicto em cinco lutas de MMA na carreira.

Para Macaco, a evolução no esporte deve ser celebrada. O paulistano, que já lutou no Pride, UFC, Strikeforce e WSOF e soma 37 vitórias, 15 derrotas, dois empates e um "sem resultado", hoje faz questão de valorizar as rivalidades do início do vale-tudo como importantes para evolução da modalidade.

"O vale-tudo lançou o MMA, naquela época era normal ter rixa. Hoje em dia é profissional. Eu tive que mudar também. Se não tiver oponente para lutar, não dá pra trabalhar, então é preciso respeito. Mas eu continuo o mesmo lutador, agora lutando com regras que tornaram o MMA mais rentável", diz.

OPONENTE

Celsinho Venícius, é quase 11 anos mais novo que o oponente. Carioca, viu a grande rivalidade da época de vale-tudo nascer entre jiu-jitsu e luta-livre, e enaltece a popularização do MMA hoje.

"A rivalidade jiu-jitsu e luta-livre que começou o MMA, a disputa de modalidades. O jiu-jitsu se sobressaiu e isso faz parte da história do esporte, numa fase muito marcante para mim", relembra.

"O profissionalismo foi a grande mudança, acabando com as confusões e brigas de antes. Era chamariz, na época foi válido, mas não há mais espaço para isso. Hoje vemos grandes marcas envolvidas, confederações, exames. Ver o Galvão Bueno narrando uma luta do UFC é bem grandioso para quem acompanhou e vivenciou desde a época que se lutava sem luvas."


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