Prófugos da Justiça dos EUA, os empresários argentinos Hugo e Mariano Jinkis se entregaram na madrugada desta quinta (18), em Buenos Aires. Com a rendição, 13 dos 14 indiciados por envolvimento no esquema de corrupção na Fifa já foram presos ou detidos temporariamente.
O único ainda foragido é o argentino naturalizado brasileiro José Lázaro Margulies, 75, que está na lista de procurados da Interpol (registro internacional para pessoas desaparecidas).
Segundo sua defesa, o empresário, acusado de ser o intermediário em pagamentos de propina, está no Brasil e ainda não houve solicitação formal de extradição.
Dois dos indiciados foram detidos e liberados. O ex-vice da Fifa Jack Warner se entregou às autoridades de Trinidad e Tobago e pagou fiança para não ficar preso.
O norte-americano Aaron Davidson, presidente da Traffic USA, também foi solto após pagamento.
Em Assunção, no Paraguai, o ex-presidente da Conmebol Nicolás Leoz está em prisão domiciliar.
Réu confesso desde 2014 e colaborador das investigações, o empresário José Hawilla não está na lista dos indiciados no mês passado, quando o ex-presidente da CBF José Maria Marin foi preso por agentes policiais suíços em Zurique, antes do congresso da Fifa.
O ex-mandatário da confederação nacional e mais seis cartolas ligados à Fifa continuam presos na Suíça.
Outro procurado, o empresário argentino Alejandro Burzaco, se entregou na Itália na semana passada.
Hugo e Mariano Jinkis, pai e filho, comandam a empresa de marketing esportivo Full Play, que negocia direitos de transmissão de torneios de futebol.
A Full Play é acusada pela Justiça americana de ser ligada ao esquema de corrupção.
A principal atuação da empresa na ilicitude envolvia fraude, extorsão e lavagem de dinheiro em acordos de transmissão televisiva de campeonatos na América Latina, como a atual Copa América.