Folha de S. Paulo


'Não recebi um tostão' por voto no Qatar, diz Ricardo Teixeira

Um relógio de ouro foi o presente oferecido pelo então emir do Qatar Hamad bin Khalifa Al Thani a cada um dos dirigentes sul-americanos com direito a voto na Fifa em troca do apoio à candidatura do país árabe para sediar a Copa de 2022.

A luxuosa peça foi entregue no dia 19 de janeiro de 2010, num almoço na sede do Itanhangá Golf Club, no Rio, organizado por Ricardo Teixeira, então presidente da CBF e cabo eleitoral da candidatura qatariana.

A Folha não conseguiu localizar Ricardo Teixeira para questioná-lo sobre o presente recebido do emir do Qatar em janeiro de 2010.

Na quinta-feira passada (11), ao falar sobre a suspeita de que recebeu propina do Qatar, Teixeira negou, ao site da revista "Veja" que tenha recebido dinheiro.

"Votei no Qatar, mas não recebi um tostão por isso. Nem em real, nem em dólar e nem em euro", disse o cartola, que deixou o cargo de presidente da CBF depois de protagonizar escândalos no país e no exterior.

A reportagem também não conseguiu falar com João Havelange e o paraguaio Nicolas Leóz. O cartola argentino Julio Grondona morreu no ano passado.

Sobre a revelação feita em reportagem pela revista "World Soccer", Teixeira negou à publicação inglesa que sua decisão de votar a favor do Qatar para sede da Copa de 2022 tenha sido influenciada por pagamentos feitos por empresas do país.

Sobre a sua conta em Monaco, no sul da França, o ex-presidente da CBF afirmou que ela foi aberta dois anos após a eleição e que continha somente fundos advindos do Brasil.


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