Folha de S. Paulo


Companheiros lembram amizade e lado paternal de Zito na despedida

Uma coroa de flores enviada por Pelé resumiu o sentimento de muitos companheiros em relação a Zito, ex-volante de Santos e seleção brasileira que morreu neste domingo (14).

A mensagem dizia que Zito foi como um pai para o Rei do Futebol, que não compareceu ao velório no Cemitério Memorial, em Santos.

Outros que estavam presentes citaram Zito com a mesma referencia usada por Pelé.

"No aniversário de 80 anos dele, eu cantei a música 'Pai' para ele. Ele se emocionou. Os filhos disseram que foi a primeira vez que o viram chorar. Eu sou grato a ele. Não jogamos juntos, mas ele me descobriu em 1968, quando tinha 20 anos, e me trouxe para o Santos", disse o ex-jogador Manoel Maria para a Folha.

"Ele orientava todos jogadores. Fora de campo, inclusive. Quando fossemos gastar o dinheiro falava para investirmos. Convivi com ele por dez anos e a dor é grande", afirmou Dorval.

Quem estava presente no velório e ficou emocionado foi Pepe, companheiro de Zito no Santos e amigo pessoal.

O ex-ponta esquerda atendeu a Folha com muitas lágrimas nos olhos e dificuldade para completar as frases.

"Meu amigo... É difícil neste momento. Muita dor. Eu sinto duplamente. Como alvinegro da Vila perdemos um ídolo, um símbolo do clube. Como companheiro [faz uma pausa]... Sempre estivemos juntos. Em eventos, reencontros. Um jogador e uma pessoa fantástica", disse Pepe.

Outros ex-jogadores do Santos também foram se despedir do amigo. Entre eles, Edu, Clodoaldo e Coutinho. Todos muito abatidos.

Mesmo cientes de que a saúde de Zito não estava boa, sentiram a perda.

Desde que sofreu o AVC no ano passado, Zito perdeu peso e pouco saia de casa. Estava usando uma cadeira de rodas. Também sofreu os sintomas do Mal de Alzheimer, tendo perdido muitas de suas boas lembranças.

HOMENAGENS

O Santos também prestou homenagens a Zito. Mandou coroas de flores, decretou sete dias de luto e suspendeu o lançamento de um livro que aconteceria nesta segunda-feira (15).

O presidente Modesto Roma Jr. e o técnico Marcelo Fernandes foram ao velório. Assim como o ex-jogador Léo, hoje dirigente no clube.

Assim que o corpo de Zito deixou o Cemitério Memorial rumo a Roseira (SP), onde será enterrado a partir das 16h30, o carro onde estava o caixão passou pela Vila Belmiro.

Deu uma volta entorno do estádio santista e parou na rua Tiradentes por cinco minutos. Foi homenageado com uma queima de fogos e aplausos.

Os amigos choraram e se despediram uma última vez do capitão da fase mais vitoriosa da era Pelé.


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