Folha de S. Paulo


Em seu pior desempenho no Mundial, Medina fica à beira do rebaixamento

Depois de se tornar o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe, em 2014, Gabriel Medina entrou numa má fase em 2015 que parece não ter fim.

O paulista de 21 anos amargou mais um resultado ruim em Fiji, a quinta etapa do Mundial, que ainda nem terminou. Ele não passou da terceira fase ao ser eliminado pelo australiano Kai Otton.

Trata-se do pior início de Mundial de Medina, que disputa a elite do surfe efetivamente desde 2012. É um desempenho bem semelhante daquele de 2013, quando também não começou bem. Mas, há dois anos, ele teve, pelo menos, um terceiro lugar. Em 2015, o máximo que conseguiu até aqui foi a quinta posição na segunda etapa do campeonato, em Bells Beach, na Austrália.

Nas outras três, também não foi além da terceira fase. Em Gold Coast, na Austrália, caiu diante do irlandês Glenn Hall ao cometer uma interferência. Em Margaret River, também em terras australianas, perdeu na repescagem para Jay Davies. No Rio de Janeiro, no mês passado, não conseguiu passar por Keanu Asing, que está em seu primeiro Mundial.

Com este aproveitamento, Medina já beira a zona de rebaixamento para a divisão de acesso do Mundial do próximo ano. Dos 34 surfistas que disputam a elite, 22 se mantêm. Os 12 últimos são rebaixados a uma espécie de segunda divisão em 2016. O paulista ocupa, no momento, o 20º lugar. Cairá mais uma posição se Otton, que está nas quartas de final em Fiji, avançar para a semi.

Um outro modo de permanecer na elite é participar de etapas da divisão de acesso, como muitos surfistas fazem, para tentar ficar entre os 12 primeiros colocados. Até a etapa de Fiji, o paulista não considerava esta hipótese.

Medina soma 10.950 pontos no Mundial, já contando os conquistados em Fiji. No ano passado, depois de cinco etapas, ele já tinha 30.950. O líder do Mundial é Adriano de Souza, o Mineirinho, que, apesar de ter sido eliminado na terceira fase, vai continuar no topo por pelo menos mais uma etapa -ele tem 28.000 pontos, já contando Fiji.

Dos sete brasileiros que estão no Mundial, Medina é o segundo pior. Só está na frente de Miguel Pupo, que também não teve um início satisfatório –está com apenas 9.750 pontos.

Fiji era uma grande aposta para Medina se recuperar na temporada, pois é lá que estão as suas ondas favoritas. Em 2014, ele brilhou ao bater na final o americano Nat Young e conquistar o título do evento. Teve um 9.87 e um 8.53 como as suas melhores notas. Não deu chance alguma para o rival.

Em 2015, a história foi totalmente diferente. Perdeu por 14.97 a 13.77 para Otton. Wiggolly Dantas e Ítalo Ferreira são os únicos brasileiros que continuam na disputa em Fiji.

Medina terá ainda mais seis etapas para tentar uma recuperação. A próxima acontece entre os dias 8 de julho e 19 de julho, em Jeffreys Bay, na África do Sul, lugar onde o paulista nunca venceu.

Manobras do surfe; Crédito Ilustrações Lydia Megumi; Infográfico Alex Kidd e Pilker/Editoria de Arte/Folhapress


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