Folha de S. Paulo


Brasil pode receber jogo das estrelas do futebol americano em 2017

Ainda que não seja um jogador, o inglês Mark Waller pode vir a a ser reconhecido no futuro como uma espécie de Charles Miller do futebol americano no Brasil.

Assim como o compatriota que firmou a prática do futebol por aqui, em 1895, o vice-presidente para assuntos internacionais da NFL, liga profissional americana, encabeça o projeto que vai tentar enraizar a bola oval no País.

Waller virá ao Brasil em junho deste ano para estudar o mercado e selecionar parceiros para um projeto ambicioso para 2017: o primeiro jogo de futebol americano com times compostos somente por profissionais em território brasileiro.

A partida que Waller tenta organizar por aqui é o Pro-Bowl, nome do jogo festivo que reúne os melhores jogadores de cada temporada da milionária liga, também conhecido como jogo das estrelas -apenas jogadores dos times classificados para a final do campeonato, o Super Bowl, não podem participar do Pro-Bowl.

"Levar os melhores jogadores de uma temporada da NFL para o Brasil certamente é uma ótima maneira de agradar os fãs que já existem por aí, além de conquistar novos", disse Waller, em entrevista exclusiva à Folha.

Algoz do Brasil na última Copa do Mundo de futebol, curiosamente, a Alemanha é a principal concorrente do Brasil para receber o Pro-Bowl de 2017.

Desde 2012, a NFL vem realizando alguns jogos de sua temporada regular na Inglaterra. No passado, a liga já jogou no México e no Canadá, vizinhos de fronteira dos EUA.

LEGADOS

A tentativa de expandir a visibilidade da liga na América do Sul amarra duas pontas importantes para a NFL.

A primeira, mais óbvia, é ampliar sua área de influência e negócios para um mercado com grande potencial.
"O brasileiro tem entusiasmo ímpar quando o assunto é esporte", diz Waller.

A segunda é criar um fato novo para tentar aumentar o interesse do publico dos Estados Unidos pelo Pro-Bowl, cuja audiência televisiva vem caindo nos últimos anos.

"O Brasil é sempre associado à paixão pelo esporte e o país oferece a dose certa de festividade que o Pro-Bowl precisa ter", avalia o executivo.

Desde 1980 e por 34 anos, o Pro-Bowl foi realizado em Honolulu, no Havaí -as exceções foram 2010 (Miami, na Flórida) e 2015 (Phoenix, no Arizona). Em 2016, o jogo volta para Honolulu.

"O Brasil tem praias e paisagens lindas como as do Havaí. Um Pro-Bowl no Rio de janeiro, por exemplo, faria todo o sentido", adianta Waller. "Os jogadores costumam levar seus familiares para este jogo, por isso ele precisa acontecer em um local que ofereça outros atrativos", diz.

A Copa do Mundo de futebol do ano passado teve peso importante na ideia da NFL de vir para o Brasil. Fã do futebol, o executivo da liga esteve no país e gostou dos estádios que conheceu: Maracanã, Arena Pernambuco, Itaquerão e Mineirão.

"A Copa nos deu a certeza de que o país preenche dois requisitos fundamentais: estádios e centros de treinamento modernos", diz Mark Waller.

Além da própria NFL, parceiros importantes também trabalham para fazer crescer a importância dos negócios envolvendo o futebol americano no país.

A Nike, patrocinadora oficial da NFL, ciente da movimentação da NFL, pretende ampliar a oferta de produtos dos times disponível para venda por aqui já em 2015.

Os canais ESPN, que transmitem os jogos na TV fechada, viram a audiência do último Super Bowl, entre Seattle Seawhawks e New England Patriots, em 1º de fevereiro, crescer 84% em relação ao ano anterior, e vão continuar investindo nas transmissões. Assim como o Esporte Interativo, que tem os direitos de transmissão para a TV aberta.


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