Folha de S. Paulo


Brasileiro envolvido no escândalo da Fifa pede habeas corpus no STF

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Ficha de José Margulies na página de procurados da Interpol
Ficha de José Margulies na página de procurados da Interpol

Na lista de procurados da Interpol, o argentino naturalizado brasileiro José Margulies entrou com um pedido de habeas corpus no STF para não ser extraditado do país. O empresário é um dos 14 indiciados há duas semanas por corrupção em negócios envolvendo o futebol pela Justiça dos EUA, que o considera foragido.

O pedido preventivo, protocolado nesta terça (9), está nas mãos do ministro Gilmar Mendes e ainda não foi julgado. Conhecido no mundo do futebol como José Lazaro, o empresário argumentou que sofre de diabetes tem idade avançada (75) e que é cidadão brasileiro. Ele declarou estar atualmente domiciliado na cidade de São Paulo.

A Constituição proíbe extradição de brasileiros, com a exceção de cidadãos naturalizados que tenham praticado crime antes da naturalização ou que estejam comprovadamente envolvidos com narcotráfico.

No dia em que os EUA anunciaram o seu indiciamento (27/5), Margulies disse à Folha por telefone que estava na Alemanha para ver a final da Liga dos Campeões. Desde então, seu paradeiro era desconhecido.

Segundo a investigação norte-americana, Margulies servia de intermediário para facilitar pagamentos ilícitos entre executivos e empresas de marketing esportivo e cartolas. É acusado de extorsão, lavagem de dinheiro e fraude eletrônica.

Entre outros crimes, ele teria usado duas empresas em seu nome registradas em paraísos fiscais para pagar propinas do empresário José Hawilla, da Traffic, a cartolas sul-americanos, vinculadas a contratos de direitos de transmissão de imagem.

Além de Margulies, os outros brasileiros indiciados pelos EUA são o ex-presidente da CBF José Maria Marin, atualmente preso na Suíça, e Hawilla, que está colaborando com as investigações do FBI desde 2013 e se declarou réu confesso em dezembro.

Procurado pela Folha, o advogado de Margulies no Brasil, Jair Jaloreto, confirmou que seu cliente está no Brasil, mas que não se pronunciará antes do julgamento do habeas corpus, o que deve ocorrer nos próximos dias.


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