Folha de S. Paulo


Fifa bane o 'coconspirador 4', ex-dirigente da Traffic nos EUA

Alfredo Estrella/AFP
Enrique Sanz (terceiro da esq. para direita) durante lançamento do troféu da Copa Ouro de 2013
Enrique Sanz (terceiro da esq. para direita) durante lançamento do troféu da Copa Ouro de 2013

Banido provisoriamente do futebol pela Fifa na segunda (1º), o colombiano naturalizado norte-americano Enrique Sanz, 38, é um dos "coconspiradores" que aparecem nos indiciamentos do escândalo de corrupção do futebol.

Apesar de não ter o nome citado, o secretário-geral afastado da Concacaf aparece na peça acusatória principal do escândalo identificado como "coconspirador 4".

No total, Sanz é citado 40 vezes no documento. Na maioria das vezes, é descrito como o homem que fazia a intermediação entre a Traffic USA e o presidente da Concacaf, Jeffrey Webb, nos pagamentos de propina.

O colombiano trabalhou na empresa de marketing esportivo, peça central no escândalo, entre 1999 e 2012 e chegou a ocupar a vice-presidência. Ao deixar a Traffic, foi conduzido por Webb ao cargo executivo da Concacaf.

A peça mostra várias situações em que Sanz teria cometido irregularidades.

"Em 2007, o coconspirador 4 era o executivo da Traffic USA responsável pela negociação com os países da Uncaf (União Centro-Americana de Futebol) para a compra dos direitos de transmissão dos jogos das eliminatórias da Copa do Mundo. Para conseguir os contratos com quatro federações da região, concordou em pagar subornos aos presidentes dessas federações, incluindo os reús Eduardo Li [Costa Rica] e Julio Rocha [Nicarágua]", informa parte da acusação.

Editoria de Arte/Folhapress

Outro trecho mostra o colombiano no papel de secretário-geral da Concacaf negociando propinas com a Traffic USA na venda dos direitos de transmissão da Copa Outo e da Liga dos Campeões organizada pela entidade.

A pena aplicada pela Fifa ao colombiano é importante porque se trata de uma punição a um dirigente não identificado pelo relatório.

É a mesma situação de Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero, antigo e atual presidentes da CBF, que são chamados apenas de coconspiradores no relatório. Os documentos indicam que ambos dividiram propinas com José Maria Marin, outro ex-mandatário da confederação brasileira, preso desde a última quarta (27) na Suíça.

Além de Sanz, a Fifa anunciou o banimento de dois dirigentes da federação congolesa, Jean Guy Nçaise Mayolase Badji Mombo Wantete. O motivo não foi revelado.


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