Folha de S. Paulo


Marin só pode deixar cela uma vez por dia na Suíça e tem visita semanal

Desde que assumiu a CBF, em março de 2012, José Maria Marin pôde desfrutar de uma vida de glamour: viagens internacionais, hotéis luxuosos e um salário de cerca de R$ 200 mil mensais. Benesses que o posto de homem mais poderoso do futebol brasileiro o concedia. Mas, nos últimos seis dias, ter esses tipos de regalias está longe da realidade do dirigente.

Preso acusado de receber propina de contratos da CBF, o cartola de 83 anos perdeu todo e qualquer privilégio.

Na cadeia, Marin tem direito a apenas uma visita por semana e só pode deixar a cela em que vive uma vez por dia para uma caminhada no jardim do presídio em que está, na região de Zurique.

Ele tem direito a três refeições por dia -café da manhã, almoço e jantar-, bem diferentes das que eram servidas no hotel em que foi preso, o Baur au Lac, cujas diárias chegam a até R$ 12 mil.

No almoço e no jantar na prisão, ele recebe comidas simples, assim como os outros presos de Zurique. Pode comer carne, vegetais, massa, arroz e batatas. Eventualmente, frutas de sobremesa.

O contato com as pessoas também é bem distinto ao que o cartola se acostumou nos últimos três anos. Em vez dos eventos sociais proporcionados pelo cargo na CBF, agora Marin só pode receber visitas de amigos ou familiares uma vez por semana, mas o governo suíço precisa aprovar a entrada da pessoa com antecedência.

Já o advogado que o defende na Suíça tem direito de visitá-lo diariamente.

Sem acesso a celular, o dirigente pode deixar a cela apenas uma vez por dia para caminhar pelo jardim da prisão.

Até mesmo se tiver algum problema de saúde sua saída é restrita. Em um eventual situação, o cartola terá de ser atendido por um hospital dentro do presídio. Marin ainda tem apoio psiquiátrico dentro da prisão.

Uma das poucas lembranças que Marin pode ter da vida que tinha fora da cela é o vestuário. Na prisão, de acordo com o sistema prisional da Suíça, o cartola não precisa vestir o uniforma de presidiário. As autoridades suíças dizem que ele pode usar roupas próprias, mas, se precisar, o presídio também oferece peças para vestir.

Vivendo nessas condições desde quarta-feira passada (27), o cartola pretende pedir prisão domiciliar.

A defesa de Marin entende que, por causa de sua idade, o governo suíço pode liberá-lo para aguardar o julgamento do pedido de extradição fora da cadeia.

O ex-presidente da CBF, aliás, não tem contato direto com seu advogado. As visitas, de acordo com o secretário-executivo da Conmebol, José Luis Meiszner, são feitas por meio de um vidro.


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