Folha de S. Paulo


Justiça argentina determina prisão de envolvidos com corrupção na Fifa

A Justiça argentina rejeitou o pedido da defesa dos três empresários envolvidos no escândalo de corrupção na Fifa de responder ao processo em liberdade.

O juiz Marcelo Martínez de Giorgi ordenou a prisão de Alejandro Burzaco (da Torneos y Competencias) e de Hugo e Mariano Jinkis (da Full Play). Eles ainda não foram localizados. Os Jinkis estariam na Argentina e Burzaco, na Itália.

O juiz argentino justificou sua decisão alegando que a denúncia envolve valores "milionários" e que os suspeitos teriam capacidade econômica de fugir.

A defesa ainda poderá apelar da decisão. Outro juiz deverá avaliar o pedido de extradição.

A AFA (Associação de Futebol Argentina) emitiu um comunicado nesta quinta (28) informando que "apoia e acompanha" as investigações e que "compartilha da preocupação a respeito da transparência que merece nosso esporte".

A entidade informa que os valores recebidos pelas partidas das Copas América (2015, 2016, 2019 e 2023) estão registrados nos informes contábeis da associação.

Na nota, a AFA afirmou que está à disposição da Justiça americana para prestar eventuais esclarecimentos.

A OPERAÇÃO

Na última quarta-feira, uma operação do FBI em conjunto com autoridades suíças deteve sete dirigentes do futebol que estavam em Zurique. Entre eles, o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, atual vice da entidade.

Nesta quinta (28), a Folha publicou que há indícios na investigação do Departamento de Justiça dos EUA sobre corrupção no futebol que Marco Polo Del Nero tenha recebido propinas na exploração comercial da Copa do Brasil, competição de clubes organizada pela CBF.

Documentos da investigação norte-americana mostram que José Maria Marin, ex-presidente da CBF que está preso, dividiria com Del Nero e com Ricardo Teixeira, também ex-chefão da entidade, suborno de R$ 2 milhões anuais para fechar a venda dos direitos comerciais do torneio para a empresa de marketing esportivo Traffic.


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