Folha de S. Paulo


Oswaldo diz que Palmeiras entrou em pânico e aceita vaias da torcida

O treinador Oswaldo de Oliveira não se abalou com os xingamentos que recebeu da torcida no fim do empate em 0 a 0 entre Palmeiras e ASA nesta quarta-feira (27).

Bastante hostilizado pelos palmeirenses que foram ao Allianz Parque, o técnico diz que entendeu as críticas e mais uma vez se disse responsável pelo mau momento da equipe, que não vence nem faz gols há três jogos. Ainda assim, o técnico se recusou a falar no risco de demissão caso seja derrotado domingo no clássico contra o Corinthians.

"Acho que a torcida do Palmeiras foi até muito paciente. Ela continua maravilhosa, aguardou até o finalzinho. Tem que escolher o treinador [para vaiar], estou acostumado. Quando merecermos, eles vão reconhecer. Tinha que se manifestar porque o time não fez o gol, e me escolheu, tudo bem, sou o responsável. Aceito a responsabilidade, eu tenho que ser escolhido mesmo, se tiver que vaiar alguém. Tenho sentindo confiança da torcida no trabalho, hoje foi uma situação excepcional e eu tinha que ser vaiado hoje", afirmou o treinador.

Para o treinador, o principal problema alviverde na noite de quarta-feira (27) foi a falta de tranquilidade e confiança para finalizar. Mesmo diante de um rival que disputa a Série C, o time conseguiu pressionar apenas no fim da partida, e mesmo assim esbarrou em chutes ruins.

Oswaldo considera que o Palmeiras chegou a ficar desesperado no primeiro tempo.

"Se repartir o jogo, tivemos momentos que conseguimos [criar]. No fim, com o adversário se voltando mais para dentro da área, nos aproximamos mais. Nos faltou muita coisa, inclusive em alguns momentos a criatividade. A partir de parte do primeiro tempo, bateu pânico em alguns jogadores, e em vez de circular a bola, começamos a jogar muito verticalmente, batendo contra a muralha que estava sendo oferecida. Tínhamos de trabalhar a bola. Alguns perderam a calma e a criatividade caiu, também", reforçou.

A semana, que começou com uma cobrança pública da diretoria em cima dos jogadores, irá terminar com o clássico contra o Corinthians, domingo, em Itaquera.

Questionado se o clássico poderia significar sua salvação, ou queda, o treinador reagiu.

"Se não vencer o Corinthians, o que tem? A pressão já é grande, vai ter mais pressão. Temer eu não temo nada. Estou aqui para isto, bola para frente. O clássico é importantíssimo para nós, e vou ter jogadores em melhores condições. Cleiton Xavier, Arouca tinha que ser substituído, conto muito com a volta do Rafael [Marques]. Se Deus quiser vamos nos organizar bem para fazer uma grande partida e reverter o que não temos feito até agora", encerrou.


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