Folha de S. Paulo


Operação policial muda rotina de 'hotel dos cartolas' na Suíça

Tudo mudou em 24 horas no luxuoso e tradicional hotel Baur au Lac, à beira do lago em Zurique, onde os cartolas da Fifa foram presos, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin.

Até esta terça-feira (26), antes da operação policial, o acesso era livre ao local, tradicionalmente usado pelos dirigentes como hospedagem em encontros da entidade.

É lá que eles costumam tomar cafés e chocolates quentes (e caros) após as reuniões sobre o futuro do futebol. A diária mínima não costuma sair por menos de R$ 2,5 mil.

Editoria de Arte/Folhapress

Dirigentes como o presidente da Uefa, Michel Platini, o príncipe da Jordânia e candidato a presidente da entidade, Ali bin Al-Hussein, e o da CBF, Marco Polo del Nero, circulavam e conversavam com os jornalistas tranquilamente até esta terça.

Por volta das 6h desta quarta (27) (1h, horário de Brasília), tudo mudou. Policiais suíços chegaram à recepção, comunicaram que estavam à procura dos acusados e os prenderam, incluindo Marin. Imediatamente, a mulher de José Maria Marin, Neusa Marin, comunicou a Del Nero o ocorrido.

Uma foto registrada pelo jornal "The New York Times" mostra o que seriam funcionários do hotel protegendo os acusados com um lençol branco na saída para o carro policial.

Desde então, logo após às 6h30, para evitar o contato com os cartolas da Fifa, seguranças passaram a impedir o acesso de qualquer um que não seja hóspede, inclusive de registro de imagem mais próxima da porta principal.

O que era conhecido como o hotel dos cartolas em eventos da entidade agora virou também o local onde sete deles foram detidos na véspera de seu congresso que deve reeleger Joseph Blatter presidente pela quinta vez.

Às 21h10 do horário local desta quarta, o motorista do presidente da CBF, Marco Polo del Nero, descansava do lado de fora.

Pascal Mora/The New York Times
Foto do
Foto do "New York Times" mostra funcionários do hotel com lençol branco

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